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Greve dos Correios deve ser decidida na Justiça
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
29/09/2011 | 07:30
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O desconto em folha dos dias parados pelos trabalhadores dos Correios que aderiram à greve foi o que impediu o fechamento de um acordo entre o sindicato da categoria e a estatal ontem.

O presidente da empresa, Wagner Pinheiro, disse em reunião no Ministério Público do Trabalho que as negociações chegaram a avançar, mediante a contraproposta apresentada pela companhia.

Os Correios decidiram pagar abono de R$ 500 e aumento de R$ 80 a partir de janeiro em substituição à proposta inicial que previa abono de R$ 800 e uma parcela fixa de aumento no salário de R$ 50. No entanto, o sindicato se retirou da mesa de negociações, segundo Pinheiro, quando a estatal abordou o corte do ponto de quem aderiu à greve. "Lamentamos eles terem tomado a iniciativa de ir para a Justiça. Não descontar (os dias parados) não tem condição", afirmou Pinheiro.

Alguns sindicatos regionais já entraram com ações na Justiça com o objetivo de impedir o desconto dos dias parados, mas as decisões do Judiciário não são unânimes.

Segundo Pinheiro, a empresa se dispôs a fazer o desconto dos dias parados de forma parcelada, mas o sindicato foi irredutível. Diante do impasse, o presidente reforçou pedido de desculpas da companhia à população pelos transtornos causados e reiterou o apelo para que os carteiros voltem ao trabalho.

O ato grevista chega ao seu 12º dia útil, ou 15 dias corridos. No Grande ABC, a adesão dos trabalhadores soma 70% (de um total de 1.500 funcionários), segundo estimativa do diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos da Capital e Grande São Paulo, Anderson Lima de Moraes.

Enquanto a estatal oferece 6,87% de reajuste sobre os salários, os trabalhadores reivindicam 7,16%.

BALANÇO - Por dia, na região, são enviados 750 mil itens (entre cartas, telegramas e encomendas). Porém, com a situação, apenas 100 mil chegam em seus destinos. Até o momento, deixaram de ser entregues 7,8 milhões correspondências.

"Hoje, às 11h, será realizada nova assembleia na Capital, entre a ECT e a Federação Nacional dos Trabalhadores. Não queremos prejudicar a população em absolutamente nada. Estamos, apenas, buscando melhores condições de trabalho", contou. As sete cidades abrigam 17 centros de distribuição dos Correios, dos quais cinco ficam em Santo André. (com AE)




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