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Alckmin quer evitar
filhos do Rodoanel
André Vieira
do Diário do Grande ABC
18/08/2011 | 07:06
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O governo do Estado e o Consórcio SPMar, responsável pelo Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, que teve as construções iniciadas ontem, em Mauá, querem evitar a repetição do impacto social causado pela passagem do Trecho Sul em São Bernardo, onde dezenas de mulheres tiveram filhos com operários, foram abandonadas e hoje são mães solteiras.

A companhia informou que pretende levar o assunto para o canteiro de obras. “Temos programas de capacitação dos funcionários e abordaremos também os temas da prevenção e da orientação sexual. É uma questão de esclarecimento”, afirmou o diretor executivo da SPMar, Marcelo de Afonseca.

Para ampliar o alcance das ações, segundo Afonseca, as prefeituras das seis cidades cortadas pelo Trecho Leste serão convidadas a participar. A ideia é que as administrações levem para os bairros onde ocorrerão intervenções os programas municipais de Saúde e assistência social.

A iniciativa encontrou o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou se tratar de “uma questão social”, que para ser evitada precisará de articulação entre Estado e municípios.

Além de Mauá, onde a via começa e se prolonga até Ribeirão Pires, as cidades de Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano também serão atravessadas pelas pistas.

A estimativa é de que as obras do novo tramo do Rodoanel gerem 3.500 empregos diretos e outros 14 mil indiretos. Segundo Alckmin, 90% dos operários contratados deverão ser das regiões por onde passar a estrada.

EXEMPLO

Em reportagem publicada em julho, o Diário mostrou a situação em que vivem mulheres de bairros periféricos de São Bernardo, como os jardins Represa e Nova Canaã e os parques Los Angeles e Imigrantes.

Localizados no perímetro do Trecho Sul, onde canteiros de obras foram instalados, estes bairros guardam histórias recentes de mulheres que engravidaram dos operários e vivem sozinhas com seus filhos.

A maioria das crianças não tem 2 anos completos. Muitas sequer conhecem o pai, que foi embora após o fim dos trabalhos. As obras tiveram início em julho de 2007 e foram encerradas em março do ano passado, com a inauguração da via.

Apesar dos depoimentos, não há estatística de quantas crianças nasceram no período em São Bernardo a partir de relacionamentos fortuitos entre as mulheres da comunidade e os milhares de empregados da estrada.

 

Estrada irá aproximar porto e aeroporto

 

O Trecho Leste terá 43,5 quilômetros de extensão, custará R$ 2,8 bilhões e deverá ser entregue em março de 2014. Para o governador Geraldo Alckmin, a estrada irá aproximar dois gigantes.

“Vamos ligar o maior aeroporto do Brasil, que é o de Cumbica, em Guarulhos, com o mais importante porto brasileiro, que é o de Santos.” Segundo Alckmin, pela via, a viagem entre São Bernardo e Cumbica deverá ser realizada em 25 minutos.

A obra está dividida em três lotes e apenas a primeira fase dispõe de licença ambiental – o governo acredita que terá em breve o restante das autorizações.

Pela asa Leste, deverão rodar, diariamente, 24 mil veículos – 70% de caminhões.

Vencedor da licitação para a construção do trecho, o consórcio SPMar também assumiu a administração e investirá outros R$ 2,4 bilhões no Trecho Sul, que deverá ter a cobrança de pedágio autorizada até setembro.

 




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