Economia Titulo Trabalho
Salário das brasileiras cresce 68,2% em nove anos
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
10/08/2011 | 07:34
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O mercado de trabalho está cada vez mais atraente para as mulheres brasileiras. O aumento do emprego formal fez a renda feminina saltar 68,2% entre 2002 e 2011 - passando de R$ 412,4 bilhões para R$ 693,5 bilhões. No mesmo período, a massa da renda masculina cresceu 43,1%. É o que aponta o levantamento do Instituto Data Popular, intitulado como Tempo de Mulher. Apesar da melhora na renda, os salários delas ainda são cerca de 30% menores.

O estudo mostra que, do total de mulheres que trabalham no País, 47,1% pertencem à nova classe média - cujas famílias recebem entre R$ 1.635 até R$ 5.450. As classes A e B aparecem em seguida, com 22,2% e 20,7% dos ganhos, respectivamente. A renda feminina da classe D equivale a 9,6% do total, enquanto que as mulheres da classe E respondem por apenas 0,5% (veja arte acima).

"As mulheres ganham, a cada dia, mais espaço no mercado. Isso é sinal de dedicação aos estudos. Aquelas que pertencem à classe C, por exemplo, investem muito mais na formação intelectual do que os homens. É claro que investir na Educação abre muitas portas", explica o sócio-diretor do Data Popular Renato Meirelles. "A economia fortalecida também ajuda no aumento de contratações", complementa.

Nos últimos dez anos o mercado tem feito menos restrições às mulheres. Após seis anos desempregada, a assistente de recursos humanos Márcia Maria Stanziani vislumbrou inúmeras oportunidades.

Sua carreira profissional foi retomada em 2004 em uma empresa de telemarketing. Antes, era consultora de cosméticos. "De lá para cá não fiquei mais em casa. Fui trabalhar no setor de cobranças de uma grande rede e, em 2008, fui contratada para trabalhar na central de convênio da Fundação Santo André, onde estou até hoje", conta.

De 2004 para 2011, seu salário triplicou. "Hoje o mercado não discrimina mulheres, muito menos aquelas com mais idade. Aos 50 anos a empresa me propôs que eu voltasse a estudar. Isso não é ótimo?", conta a assistente de RH, que mora em Santo André.

Márcia começou nos anos 1980 duas faculdades, pedagogia e jornalismo, mas não terminou nenhuma. Agora, se vê entusiasmada com a oportunidade que o mercado acaba de lhe oferecer. "As empresas perceberam a capacidade feminina em ter multifunções, em ser mais organizada e ter bastante equilíbrio emocional. Os homens ainda ganham mais, no entanto, estamos chegando lá", diz.

O economista Sandro Maskio acredita que o maior número de contratações femininas seja feito nas áreas de recursos humanos, contabilidade, direito e de gestão empresarial. "O espaço conquistado pelas mulheres é fruto de muito estudo e do aquecimento do mercado brasileiro, que acaba por oferecer mais postos para quem antes estavam em casa", diz Maskio.




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