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Por que a mão tem impressão digital?
Caroline Ropero
Especial para o Diário
24/07/2011 | 07:00
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A digital é formada nas mãos e pés quando ainda se está na barriga da mãe, no sexto mês de gestação, e só desaparece após a morte, quando o corpo entra em estado de decomposição. Acredita-se que esses sinais tenham surgido durante a evolução do homem, como antiderrapante, para auxiliar a agarrar objetos e presas. À medida que ele foi evoluindo, essa característica tornou-se mais discreta, até ficar na forma que temos hoje.

Ela é formada por ondulações irregulares na epiderme, camada visível da pele composta por células mortas ou prestes a morrer, e na derme, abaixo dela, junto à raiz dos pelos. Serve para identificar cada pessoa; é única e individual, ou seja, nem mesmo gêmeos idênticos possuem digitais iguais. Por isso, quem não sabe escrever carimba o dedo no documento de identidade e a impressão digital funciona como sua assinatura.

No século passado, Francis Galton foi quem usou pela primeira vez métodos científicos para comprovar que as digitais são únicas e mantêm o mesmo padrão para o resto da vida. Ainda classificou as linhas das pontas dos dedos que diferenciam cada indivíduo.

No entanto, os portadores de síndrome de Nagali não têm impressão digital; os dedos, palma das mãos e planta dos pés são lisos. Outras doenças, como dermatite atópica, podem apagar parte das ondulações, mas não as destroem totalmente.

Você sabe quem é o papiloscopista?

O papiloscopista é o policial especializado em identificar as pessoas por meio de suas impressões. A gente apresenta certos desenhos nas pontas dos dedos, palma das mãos e planta dos pés que são únicos. A reprodução destes desenhos em algumas superfícies, como vidro, papel e plástico, forma a impressão digital, palmar e plantar. O papiloscopista é o responsável por analisá-las quando é necessário identificar alguém, desde criminoso até recém-nascido. Para isso, usa instrumentos específicos, como lupa e produtos químicos.

Quando tiramos o RG, os dedos são carimbados com tinta na Ficha de Identificação Civil, onde ficam registradas nossas impressões digitais. Esse documento fica guardado no arquivo do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt. Isso permite a emissão do documento de identidade (RG), com as informações pessoais, como nome, filiação, local e data de nascimento, assinatura, fotografia e a digital do polegar direito.

Para ser papiloscopista no Estado de São Paulo é preciso ter segundo grau completo, prestar concurso e, se aprovado, fazer curso na Academia de Polícia.

Saiba Mais

A identificação está cada vez mais fácil com a tecnologia. Há catracas com leitor de impressão digital que só permitem o acesso a um local de quem está cadastrado para isso; daí, basta encostar

o dedo no leitor. A urna biométrica, testada pela primeira vez no Brasil nas eleições de 2008, também identifica o eleitor assim. Por enquanto, foi usada apenas em três cidades, de Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Em 2012, deve incluir mais municípios.

No reino animal, só primatas como macaco e gorila têm impressão digital. No entanto, há mamíferos com características individuais. Cada zebra tem um tipo de listra, que as diferencia das demais. No caso do tigre, o que o identifica são as listras da cara; na onça-pintada, são as pintas negras no pelo, chamadas rosetas, porque lembram flores. A baleia franca tem verrugas no alto e laterais da cabeça que são diferentes em cada animal.

Mateus Moraes, 8, de Ribeirão Pires, notou que o documento de identidade da mãe tem o desenho do polegar. "É legal carimbar o dedo, mas não sei para que serve isso."




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