As dificuldades na negociação salarial entre médicos e operadoras dos planos de saúde no Paraná pode levar vários profissionais a deixarem os planos. A decisão foi discutida ontem em reunião extraordinária que contou com a participação de representantes do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar-PR), Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e da Associação Médica do Paraná (AMP-PR).

O descredenciamento é um direito individual e cada médico deverá analisar sua situação para tomar "a decisão que julgar necessária para salvaguardar sua dignidade e a dignidade de sua profissão", segundo texto divulgado hoje pela assessoria de imprensa da AMP.

Para o presidente da associação, José Fernando Macedo, a decisão é salutar. "A situação da manutenção dos consultórios já era crítica, os médicos aguentaram os últimos meses na esperança de que a negociação trouxesse bons resultados. Nós não podemos mais tolerar esse tipo de situação. Estamos há mais de dez anos sem os reajustes devidos de nossos honorários, o que implica na diminuição da qualidade do atendimento aos nossos pacientes".

A classe médica exige que seus honorários sejam reajustados pelas operadoras de saúde de acordo com os valores da 6ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Também solicitam que os contratos assinados com as operadoras sejam revisados e regularizados de acordo com a resolução 71/2004 da Agência Nacional de Saúde (ANS), além da aprovação do projeto de lei 6964/2010, que propõe o reajuste anual dos honorários médicos.

Marcela Gonsalves