ouça este conteúdo
|
readme
|
Deflagrada em junho do ano passado, a Operação Tormenta descobriu que a quadrilha liderada pelo advogado Antonio Di Lucca, de 71 anos, e pela psicopedagoga Mirtes Ferreira dos Santos, de 57 anos, havia burlado diversos concursos, como o da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Receita Federal.
Na investigação sobre o exame da OAB, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou que Di Lucca e Mirtes teriam organizado e vendido ao diretor da Faculdade de Direito da Unisanta um "cursinho vip" de três dias onde foram abordados os temas que caíram na 2ª fase do exame da Ordem. Ministrado a um grupo selecionado de alunos em uma sala do próprio campus, o curso teria custado R$ 9 mil a Unisanta. Entre os réus dessa ação criminal, seguem presos Di Lucca e o policial rodoviário Maurício Toshikatsu Iyda, que teria furtado o caderno da prova para entregar a Di Lucca. Mirtes foi presa temporariamente e depois solta. Já Norberto Moreira da Silva não teve a prisão decretada.
Com valor de causa de R$ 2.161.110,15, a ação civil de improbidade administrativa foi ajuizada pela Fundação Universidade de Brasília no mês passado e corre na 4.ª Vara Federal de Santos. A UnB é representada pelos procuradores federais Mônica Baronti Monteiro Borges e Estevão Figueiredo Cheida Mota, que além de solicitarem o ressarcimento dos prejuízos, entraram com uma medida cautelar pedindo que a Justiça decretasse a indisponibilidade de bens dos corréus, para assim evitar dilapidação do patrimônio e a consequente aplicação da lei no caso de condenação. A liminar, entretanto, foi indeferida pela juíza da 4.ª Vara Alessandra Nuynes Aguiar Aranha.
Em nota, a Unisanta afirmou que repudia a sua inserção na ação movida pela UnB e que adotará as medidas cabíveis para garantir seus direitos e a prevalência da verdade. A universidade alega que "não teve ciência ou anuiu com qualquer fraude ou uso de material fraudado, tanto que não foi denunciada pelo Ministério Público Federal. Não houve a denúncia porque não há prova ou mesmo indícios de qualquer 'ciência' ou 'anuência' da Universidade ou do prof. Marcelo Teixeira".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.