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Aluguel tem reajuste de 15,8% em abril
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
25/05/2011 | 07:18
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A quantidade elevada de interesses pelos alugueis faz com que haja cada vez menos imóveis disponíveis para esse tipo de contrato, o que eleva os preços. É o que aponta pesquisa mensal do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), divulgada ontem.

Para os novos acordos, os custos das locações feitas a partir de abril tiveram elevação de 15,82% em média, na Capital, para prazo de um ano. Disputas pelas locações refletiram também no reajuste de 10,6% para moradores de aluguel, que tiveram seus contratos vencidos neste mês, com reajuste previsto para maio. Isso por estarem atrelados ao indicador Índice Geral de Preços do Mercado da FGV.

O impacto é sentido também na região. O vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP, Francisco Crestana, afirmou que 90% dos contratos para locação são feitos com base no indicador da FGV. Assim, os valores dos reajustes nas cidades são próximos. Considerando a variação de preços entre abril e março, o indicador atinge 2,2%. Percentual que contribuiu para elevação de 15,8% no acumulado anual.

REPOSIÇÃO - O porta-voz afirmou que os reajustes menores verificados no mesmo período do ano passado por conta do IGP-M - que naquela época acumulava 2,88% em 12 meses, contra 5,2% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE, medidor oficial da inflação no País - foram repostos em patamar mais elevado neste mês. Hoje, o IPCA acumula 6,51%, cerca de quatro pontos percentuais menor do que o medidor da FGV.

Já sobre os novos contratos, os especialistas enfatizaram que esses custos cresceram bem acima da inflação oficial como forma de compensar a diferença entre os indicadores no ano passado.

A escassez de unidades também permitiu que o proprietário subisse o reajuste. Isso por conta da procura acentuada. "O IGP-M alto acaba pressionando os preços dos aluguéis, que na região não diferem muito dos praticados em São Paulo", ressaltou o delegado regional do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), Alvarino Lemes.

Se um consumidor antes pagava R$ 1.000 pelo aluguel com vencimento anual em abril, terá mensalidades de R$ 1.106, conforme o valor do IGP-M. Nos novos contratos, o preço médio será de R$ 1.158 nos acordos anuais.

"Antes eram 100 pessoas querendo alugar 100 imóveis. Neste ano são 116 para a mesma quantidade de unidades. Isso faz com que o locador peça valores maiores", exemplificou Crestana.

Miguel Colicchio, dono de imobiliária, destacou que o mercado da região vive de forma intensa o mesmo cenário da Capital, além de destacar que, proporcionalmente, há mais locações do que vendas. "Em Santo André a demanda pelos aluguéis está no pico. Os valores nos novos contratos estão atualizados ao máximo que o mercado pode pagar", disse.

Já Lemes apontou que no segundo semestre os preços tendem a ficar mais baixos. Isso por pegar carona no esfriamento da inflação, reflexo das medidas do governo para tentar conter a escalada dos preços. "Mas esperamos um equilíbrio na inflação", pontuou, ao citar que ainda assim é difícil apontar tendências.

NO TOPO - Unidades com três dormitórios lideram o ranking de alta no valor da locação. O incremento foi de 2,5% em abril sobre um mês antes. Os das moradias de um a dois quartos cresceram 2% e 2,2%, respectivamente.




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