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Bebê da Praia Grande
pode vir para Mauá
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
28/04/2011 | 07:30
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O destino da recém -nascida abandonada  dia 18 em uma caçamba na Praia Grande, no Litoral, pode estar em Mauá. A guarda provisória da criança deverá ficar com a tia materna da menina, a dona de casa do Jardim Florída Roseane de Salles Lins Lima, 40 anos, que fez a solicitação.

O promotor da Vara da Infância e Juventude Carlos Cabral Cabrera disse que foi pedida à Promotoria do município a realização de uma visita à residência antes da decisão. "Após isso será encaminhada a avaliação à Justiça de Praia Grande", disse.

O suposto pai apareceu na delegacia, disse não ter conhecimento da gravidez, prestou depoimento e fez exame de DNA.

Vitória, como é chamada pelos funcionários do hospital onde está internada, ganhou cerca de 500 gramas após dez dias na unidade, segundo informações do Hospital Municipal Irmã Dulce.

A menina deu entrada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com infecção, pesando 2,5 quilos. O hospital informou que o quadro de saúde evolui bem e que ela deve receber alta nos próximos dias, já que o tratamento com antibióticos está em fase final.

A mãe, Roseneide de Salles Lins, 39, deixou a filha em uma caçamba em frente a uma escola. O bebê foi encontrado por um catador. Roseneide está presa desde o dia 23, após ser indiciada por abandono. Ela deve ser interrogada hoje.

"Se ela não iria conseguir cuidar da criança poderia ter falado comigo, iríamos ajudar. Melhor do que fazer isso. Ela errou, mas quem somos para julgar. Acho que ela precisa de um tratamento psicológico para não cometer mais isso", disse Roseane, irmã de Roseneide.

A dona de casa o marido e os dois filhos, de 14 e 18 anos, estão ansiosos com a possibilidade de receber a  menina.

"Já temos macacões guardados. Estamos esperando a visita da assistente social e esperançosos. Temos muito amor e carinho", disse Roseane.

O filho mais velho, Joel de Salles Lima, 18, confessa que vai cuidar do bebê como se fosse sua filha. "Meu pai vai ficar babando. Estamos confiantes."

Segundo a irmã, Roseneide tem outros oito filhos, sendo um casal de gêmeos de 1 ano, que está sob cuidados de duas mulheres que têm a guarda das crianças.

A irmã afirmou que toda a família ficou surpresa com a atitude de Roseneide. "Poucos dias antes disso, estava na Praia Grande para o enterro do nosso irmão, que morreu de câncer de pâncreas. Não percebemos nada e ela também não nos disse nada. Fui saber quando saiu no noticiário e entrei em pânico."

Ela acredita que a irmã, a mais nova de quatro irmãos, teve essa atitude por estar abalada com a morte do irmão e pelas dificuldades financeiras. "Quando a vi, estava estranha, magra, com uma aparência ruim. Ela estava trabalhando muito como acompanhante de idosos", explica.

Os irmãos perderam a mãe quando Roseneide tinha 6 meses. Os três irmãos se mudaram há cerca de 14 anos de Alagoas, no Nordeste, para o litoral paulista com o pai. Apenas Roseane foi para Mauá.

NOVOS CASOS
Na terça-feira, outras duas crianças foram abandonadas no Estado. Em Jundiaí, no Interior, um bebê prematuro foi encontrado na lixeira de um hospital. Na Capital, um homem achou no quintal de casa uma criança recém-nascida.




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