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Eventos do PV acirram crise interna na sigla
Havolene Valinhos
Cynthia Tavares
10/04/2011 | 07:22
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Da AE


O PV acirrou ainda mais o racha interno ontem com a realização de dois eventos ao mesmo tempo e horário na Capital. Um deles, ocorrido na Assembleia Legislativa de São Paulo foi comandado pela ex-senadora Marina Silva e teve a participação de lideranças da sigla que integram o Movimento Transição Democrática. O grupo de Marina tem medido forças com o presidente da legenda desde 1999, José Luiz Penna. Segundo a assessoria de imprensa da Marina, cerca de 600 pessoas participaram do ato, entre militantes e simpatizantes do movimento. Já no Tatuapé, Penna esteve à frente do evento Festa da Democracia, com o intuito de proclamar os representantes da executiva municipal.

Em seu discurso, Marina ressaltou o compromisso acertado com as lideranças do PV quando de seu ingresso na legenda, em 2009, de que o partido passaria por um amplo processo de democratização. Para a ex-presidenciável, esse acordo foi rompido no momento em que a direção nacional executiva do partido estendeu por mais um ano o mandato de Penna.

O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, participou do ato liderado por Marina e disse que ficou sabendo do evento no Tatuapé quando já estava na Assembleia. Volpi descartou divisão interna e ponderou que não iria a evento no qual o mote fosse escolher quem sai do partido. "A discussão é a abertura do PV. Está havendo confusão. O Penna está na presidência há 12 anos e deve ser respeitado." O chefe do Executivo disse que a meta é que a nominata seja substituída pela eleição. "Não importa quem seja o presidente. Se Penna for eleito qual é o problema?."

Mateus Prado, filiado ao PV há uma semana, teve sua ficha abonada por Marina ontem. O verde declarou que o clima do evento era "de ninguém arredar pé do PV", uma vez que a possibilidade da formação de novo partido para os marineiros tenha sido levantada.

O presidente do PV de São Caetano Juan Munhoz afirmou que o diretório aguarda consenso entre os grupos e admite que até as tarefas cotidianas estão "bem confusas. Recebemos o convite para a Alesp e não sabia para quem responder. Estamos sem norte."

Mauricio Brusadin, presidente estadual do PV, esteve numa reunião com Marina, em Brasília, na quarta-feira e admitiu. "Estamos num momento de crise interna." O verde explicou que "o momento é difícil dentro do PV. Procuramos ser alternativa para o meio político e ela é a nossa alternativa. O PV tem que se preparar para 2014."

Vera Motta, secretária de assuntos jurídicos da executiva nacional do PV avalia que a vinda da Marina foi positiva para ambos. "A questão dela é que o PV não pode ser o que ela quer. Ouvi que a Marina casou com o PV sem namorar antes. E não adianta, casamento sem namoro, você não pega os costumes. Quero deixar claro que estamos cumprindo normas institucionais do PV. Nossa essência será mantida e ela vai se adequar."




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