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Saúde do Grande ABC
precisa de 1,5 mil leitos
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
07/04/2011 | 07:23
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Hoje o Grande ABC dispõe de 2.475 leitos nos hospitais públicos da região. O que parece ser um número expressivo perde força se comparado aos 2,6 milhões de habitantes das sete cidades. Para suprir o deficit, a região precisa de cerca de 1.500 leitos gerais, chamados de internação ou de enfermaria, e mais 113 vagas em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). As informações são do representante do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Arthur Chioro, também secretário de Saúde de São Bernardo.

O número atual de leitos ainda está abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde e pela OMS (Organização Mundial da Saúde). De acordo com o órgão federal, é aconselhável cada município ter de 2,5 a três leitos para cada 1.000 habitantes. O índice da região é de 0,94, de acordo com informações do Cnes (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde). Entre as cidades, o melhor índice é o de São Caetano, com 1,18.

Segundo o planejamento das sete prefeituras, 480 novos leitos serão entregues até o fim do ano que vem, o que reduziria o deficit regional nos hospitais. O avanço será possível com a inauguração do Hospital de Clínicas e o Hospital de Urgências, ambos em São Bernardo, além da construção do Complexo Hospitalar de Ribeirão Pires. Em relação aos leitos de UTI, as 113 vagas que faltam ao sistema poderão ser zeradas com as novas inaugurações previstas para 2012.

Para Chioro, a maior demanda refere-se às áreas de trauma-ortopedia, neurocirurgia e cirurgia vascular. "Vejo um cenário positivo para o ano que vem, inclusive em relação ao diálogo com o Estado. Somos protoganistas desta mudança. Os gestores de Saúde precisam chamar a responsabilidade para colocarmos o SUS (Sistema Único de Saúde) como política pública de toda a região", explicou o secretário.

A falta de médicos na rede também representa um entrave para o avanço na qualidade de atendimento dos pacientes. De acordo com Chioro, o Grande ABC carece de especialistas nas áreas de pediatria, psiquiatria e plantonista para atendimento de urgências.

TEMPO DE ESPERA
A dificuldade do acesso aos leitos na região não é o único problema enfrentado pelos pacientes que aguardam transferência para outros hospitais ou que esperam horas na fila de um pronto-socorro. A Prefeitura de Santo André, por exemplo, afirma que não há espera por atendimento no PS do CHM (Centro Hospitalar Municipal). Já na rede de São Caetano, a Secretaria de Saúde informou que no setor de urgência o atendimento de um caso sem gravidade pode demorar até duas horas, sendo situações de riscos atendidas de forma imediato. Em Ribeirão Pires, a espera geralmente não passa de uma hora. As demais prefeituras não responderam ao Diário.

Nardini já foi pior, analisa superintendente

O hospital que cobre a demanda de 600 mil habitantes de três cidades e que realiza até 1.200 atendimentos por dia no pronto-socorro já passou por tempos mais caóticos, de acordo com a superintendente do Hospital Dr. Radamés Nardini, em Mauá, Vânia Barbosa do Nascimento.

A liberação de áreas antes interditadas por conta de problemas de manutenção predial possibilitou a soma de 24 leitos de internação, dois de UTI adulta e a ampliação de sete leitos no berçário neonatal. Hoje o Nardini funciona com 210 vagas, sendo 30 de terapia intensiva. Para a superintendente, mais oito leitos para os pacientes da ala da psiquiatria feminina estão no planejamento da Prefeitura. Hoje o hospital é o terceiro da região em número de internações, com cerca de 1.200 por mês. O número fica atrás somente do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e do Hospital Estadual Serraria, localizado em Diadema. "O Nardini já foi um problema. Ainda os temos, mas conseguimos superar vários, como as dificuldades causadas pelas infiltração no prédio. Por isso muitos pacientes se acumulavam nos corredores. Não tínhamos onde colocar. Agora organizamos o fluxo de atendimento no PS", explicou. O tempo de espera no atendimento de urgência no hospital é de até uma hora e meia.

VAGAS
A transferência de pacientes para os dois hospitais estaduais, de referência na região, é articulada de forma simultânea entre os municípios, que possuem suas próprias centrais de regulação de vagas. No Nardini, por exemplo, hoje 16 pacientes esperam por transferência.

Para o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, a comunicação está avançada entre as sete cidades, mas ainda precisa evoluir o diálogo com o Estado, que além de gerir o Mário Covas e o Serraria, também é responsável pela manutenção do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Santo André e o de Mauá, com previsão de entrega para o segundo semestre. "Já marcamos uma reunião para o dia 2 com representantes da secretaria estadual para discutirmos a qualidade na regulação das vagas nestes equipamentos. Mudou muito a postura do Estado. Estamos apostando no fortalecimento regional", comentou Chioro.

 

Dia Mundial da Saúde tem programação na região

Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, a Prefeitura de Santo André promove uma ação de sensibilização para a doação de sangue. A atividade voluntária acontece hoje, a partir das 10h, no Banco de Sangue do Centro Hospitalar Municipal, na Vila Assunção.

Criada em setembro do ano passado, a campanha de sensibilização para doação de sangue já salvou dezenas de vidas. Cada doador pode salvar, em média, quatro vidas. Com o comprometimento da população, o Banco de Sangue Municipal, operacionalizado pela Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), atua com capacidade satisfatória, principalmente em urgências atendidas pelo PS do CHM.

Em Diadema, a Secretaria da Saúde realiza amanhã e sábado, no Anfiteatro do Quarteirão da Saúde, a Etapa Municipal da 14ª Conferencia Nacional de Saúde, a posse do Conselho Popular de Saúde e dos conselhos gestores das UBSs (Unidades Básicas de Saúde.) O evento começa às 17h30, amanhã.




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