Cultura & Lazer Titulo
Amor e Ficção
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
21/03/2011 | 07:18
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Contrariando as tristes imagens que vemos do Japão nos últimos dias, Walcyr Carrasco leva para a faixa das 19h da Globo, a partir de hoje, a novela "Morde & Assopra". Parte do início da trama foi filmada lá, revelando, em belas fotografias, imagens de pontos turísticos do país. Mas não serão só as belezas naturais da ilha oriental que a novela apresentará. Há também, no enredo, cenas de situação parecida com a que os japoneses vivem agora, com um fictício terremoto criado nas gravações.

Por trás do título, o novelista traça uma relação direta entre os conflitos amorosos e proposta de assuntos diversificados, com pitadas de paleontologia e tecnologia robótica.

O enlace amoroso entre Ícaro (Mateus Solano) e Naomi (Flávia Alessandra) será responsável pelo lado futurístico da novela. Após ver a amada morrer em um acidente de barco, Ícaro constrói um androide para suprir a carência do seu amor interrompido. Em entrevista ao Diário (leia ao abaixo), Solano falou sobre as expectativas do seu novo desafio na telinha.

Carrasco, nesta novela, vai de um extremo a outro quando divide o foco entre o oriente e suas modernidades tecnológicas e pequenas cidades do interior paulista, caso de Marília e Vera Cruz, que servem de cenário para alguns núcleos da história.

Abner (Marcos Pasquim) e Júlia (Adriana Esteves) darão vida à parte interiorana da trama. Ele é dono de sítio e ela, paleontóloga em busca de dinossauros perdidos debaixo da terra. Envolvidos em uma disputa para ver se o solo vale mais para plantio do que para escavações, os dois começam um conturbado relacionamento amoroso.

Adriana volta a protagonizar uma novela depois de longo tempo dedicado à séries e ao sitcom "Toma Lá, Dá Cá".

PRIMEIRO CAPÍTULO
A cena que desencadeia a trama será a do terremoto. Entre novembro e dezembro foram gravadas 50 cenas no Japão, em lugares como Tóquio e Shirakawa-go, uma aldeia considerada patrimônio histórico da humanidade. "A escolha do Japão está ligada à minha paixão de criança pelo país. Em Marília, onde me criei, há forte presença da imigração japonesa", explica Carrasco.

No Monte Fuji, a montanha mais alta do Japão, começam as aventuras de Júlia, que sonha encontrar restos de répteis marinhos. Por lá, ela conhece Ícaro, que está realizando pesquisas para construir um robô idêntico à sua amada Naomi, recentemente morta.

Em meios às desventuras amorosas, a novela retrará também temas como abandono, a busca do corpo perfeito e o comportamento dos dekasseguis (imigrantes japoneses).

Ícaro e sua eterna amada

Mateus Solano está na busca pelo tom ideal para o seu personagem, o romântico Ícaro. Ao Diário, o galã declarou não lidar com os papéis de ficção como se fossem mais difíceis que os da realidade. "Acho que nessa profissão, de alguma forma, estou sempre lidando com os dois. Meu trabalho é fazer com que o público acredite e se identifique com a história, por mais ilusória ou ficcional que seja.", explica.

Ele confessa que no início teve certo temor com a proposta de Walcyr Carrasco. "É um grande desafio encarar uma história como essa. Nunca se sabe o que o público vai achar dessa mistura de robôs e dinossauros. Mas minha admiração pelo Walcyr vem justamente do seu destemor em arriscar. Ele arrisca em suas tramas e costuma acertar. Está aí o macaco que não me deixa mentir (referindo-se ao chimpanzé da novelas "Caras e Bocas", de 2009). Acho que o risco é fundamental para descobrir novidades", salienta.

Pelo menos no início da trama, seu personagem não viverá nenhum amor humano. "Ícaro viveu seu grande amor e não conseguiu superar a perda dele", finaliza.

Vários efeitos especiais

As tragédias que estão acontecendo no Japão não mudaram os planos do autor Walcyr Carrasco para alterar ou excluir alguma parte das cenas de "Morde & Assopra", que virá repleta de efeitos especiais.

A trama terá vários recursos visuais. A cena do terremoto, que vai ao ar logo no primeiro capítulo, levou dez dias para ser gravada, começando em Tóquio e terminando no Rio de Janeiro.

Foram captadas várias imagens da montanha no Japão e toda a parte de ação da cena foi realizada em uma locação externa, com 70 figurantes, na cidade de Curicica, no Rio de Janeiro.

Ainda foi construída uma maquete de 12 metros quadrados que simula as consequências do terremoto com duas rachaduras, como se fosse o solo se abrindo. O trabalho teve retoque final de computação gráfica.

Outra cena que ganhará efeitos é a do flashback do acidente de Naomi (Flávia Alessandra), em que a personagem cai do barco. Foram causados efeitos de onda e chuva no mar de Angra dos Reis.

As cenas do vale dos dinossauros foram feitas com modelagem em 3D em sintonia com movimentos gravados no cenário.




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