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Atila é destituído do comando do PV de Mauá
Mark Ribeiro
Cynthia Tavares
25/02/2011 | 07:54
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Tiago Silva/DGABC


Agora é oficial. Após um ano e três meses, o vereador Atila Jacomussi não é mais o presidente do PV de Mauá. A destituição do diretório municipal do partido, que vinha se desenhando desde novembro, chegou ontem a cartório da cidade, referendada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), após ofício encaminhado pela executiva estadual da sigla. O favorito para substituí-lo no posto é Mateus Prado.

O imbróglio começou após as eleições do ano passado, quando o PV de São Paulo resolveu classificar os diretórios municipais com cartões coloridos, de acordo com seus desempenhos no pleito. O de Mauá foi o único do Grande ABC a levar cartão vermelho, justificado pela executiva estadual pelo não cumprimento de metas para as votações de deputados estadual e federal, senador, governador ou presidente.

Mauá foi reprovada por não ter atingido os 5% de votos para deputados estipulados pela Executiva, contribuindo com 3,7% para federal, e com 3,6% para estadual. "Não tivemos candidatos da cidade", defende-se Atila, que pleiteou concorrer à Câmara dos Deputados, mas o escolhido da executiva paulista foi seu colega de vereança Silvar Silva Silveira que, posteriormente, retirou-se da disputa.

Assim, em novembro a executiva estadual do PV encaminhou ao TRE a destituição de 180 diretórios municipais, inclusive o de Mauá. Como não tinha sido comunicado oficialmente da decisão, Atila ainda falava como presidente do partido até ontem, quando constatou a destituição em cartório. "A estadual sequer julgou o nosso recurso contra o cartão vermelho", lamenta.

O ventilado nos bastidores é que o vereador é vítima de processo de ‘fritura' no PV, comandado pela vereadora de Diadema Regina Gonçalves e pelo prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, que vislumbra concorrer ao Paço de Mauá em 2012. "Estranho isso. Justamente quando deixo clara minha pretensão de ser candidato a prefeito vem a destituição", comenta Atila, ao, porém, negar atrito com a dupla.

Antes mesmo das eleições do ano passado, o presidente estadual do PV, Maurício Brusadin, que nutre relação estreita com Volpi e Regina, e passa a responder provisoriamente pelo partido em Mauá, chegou a ameaçar Atila de expulsão da legenda. Questionado sobre ser vítima de perseguição política interna, o vereador evitou colocar mais lenha na fogueira. "Se está ocorrendo perseguição, está atrelada à minha vontade de ser candidato a prefeito." 

FRANGALHOS

Atila afirma não compreender a atitude de Brusadin por ter turbinado o PV de Mauá. "O número de filiados passou de 1.300 para 2.800. Além disso, colocamos as finanças do diretório em ordem", aponta. 

Mateus Prado é favorito a assumir posto 

A confirmação da destituição de Atila Jacomussi do diretório do PV de Mauá abre caminho para que o presidente de honra do Instituto Henfil, Mateus Prado (sem partido), ressurja com força ao cenário político da cidade. O educador é o único cotado para ocupar o posto, o que deverá ser sacramentado nas próximas semanas.

Apesar de ainda não ser filiado ao PV, Mateus há tempos condiciona seu ingresso entre os verdes à saída de Atila, seu adversário político. "Com ele fora não haverá impedimentos", sinaliza. "Minha condição é a de não ter gente que faça a política fisiológica", dispara.

A rixa com o vereador é, segundo Mateus, por Atila ser representante do grupo da família Damo (do ex-prefeito, Leonel). "Construir com ele seria retrocesso. As famílias Damo e Dias (do prefeito, Oswaldo Dias-PT) abandonaram os projetos políticos para abraçar projeto financeiro-familiar. E os Jacomussi são um anexo da família Damo", analisa.

Mateus chega no PV com o aval de Clóvis Volpi e Regina Gonçalves, dupla que pertence à executiva estadual. Ele vislumbra retomar do zero as ações partidárias, com o recadastramento de filiados. "Este é o meu melhor caminho", admite.

Mateus é também o plano B do PV para a corrida a prefeito em 2012. A hipótese só seria viabilizada na remota chance de Volpi desistir da disputa. O mais provável é que pleiteie a vice. Em 2008 ele foi candidato a prefeito pelo Psol. Com 2% dos votos, ficou em quarto lugar. "Os filiados trabalharam pela candidatura do Oswaldo", acusa.

Já Atila, desgastado no PV, terá de buscar outro partido se quiser ser candidato ao Executivo no ano que vem. PPS e PSDB surgem como prováveis destinos do verde. Possibilidade menor é a de rumar ao PTdoB, sigla cuja coordenação regional ficará a cargo de Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra, seu aliado. 

Verdes terão novo presidente em Rio Grande 

O PV de Rio Grande da Serra escolhe hoje seu novo comandante. O vereador Manoel Missias Lima (PV) deixará a presidência do partido, após dois anos de trabalho. O encontro será realizado na Câmara, às 19h.

Integrantes da legenda defendem rodízio no comando da sigla municipal.O primeiro apoiar a ideia foi o parlamentar Edvaldo Guerra (PV), que presidiu o PV durante 13 anos. "A intenção é dar oportunidade para outros filiados que não tiveram essa experiência", afirmou.

O vereador quer interromper o ciclo de somente filiados com mandato assumirem presidência da sigla. "Se não fizermos esse rodízio, fica algo entre eu e o Missias, não vai haver giro. Acho que isso não é saudável para o partido", analisou.

O presidente concorda com o colega. "O PV pede para que a gente sempre renove as forças na cidade. Além disso, eu quero sair da presidência", admitiu.

Missias acredita que não consegue se dedicar totalmente à função que lhe foi concedida. "Não tenho tempo para atuar inteiramente como presidente do PV em Rio Grande da Serra, por isso acho até melhor passar o posto para alguém que tenha mais tempo para cuidar dos nossos filiados", considerou o verde.

O contemplado com a presidência deve ser José Carlos dos Anjos, conhecido na cidade apenas como Zé Carlos. "Sou soldado do partido. A preferência é sim pelo meu nome, mas sem vaidade. Estou apto para servir. Sei da responsabilidade", declarou. Zé Carlos é diretor legislativo da Câmara de Rio Grande da Serra, por indicação de Guerra, principal defensor de seu nome para comandar o PV na cidade.




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