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Unidos do Serraria mostra a Amazônia
Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
17/02/2011 | 07:14
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Tiago Silva/DGABC


Escola de samba de Diadema que mais tem títulos, a Unidos de Serraria também foi vencedora do último Carnaval da cidade que valeu, o de 2009. À época, a entidade recebeu nota 10 em quase todos os quesitos avaliados. O desfile homenageou o compositor Pixinguinha.

Para o Carnaval 2011, a escola traz o enredo És bela, és forte, soberana, um verde de magia, ritual de alegria, sua cultura contagia a nossa Serraria, em homenagem à biodiversidade da Floresta Amazônica. O intérprete do samba da escola - que também ajuda na construção dos carros -, William Rocha, 27 anos, explicou que a intenção não é entrar nas peculiaridades folclóricas e sim mostrar a magia da mata.

Assim, o carro abre-alas traz uma índia representando a floresta, considerado o pulmão do planeta, logo atrás da Comissão de Frente, que estará fantasiada de índios guerreiros.

O diferencial da escola é a composição: 100% dos integrantes são da própria comunidade. "Não é fácil achar 60 ritmistas do mesmo bairro, mas estamos bem estruturados", disse Rocha. "A Unidos do Serraria deve ganhar pela União da Rapaziada."

DIFICULDADES
O principal entrave nos preparativos da escola, neste ano, é a falta de um lugar coberto para confeccionar os carros. Antigamente, as alegorias eram feitas no galpão de uma fábrica, emprestado pelo dono. Vendida recentemente, a empresa não é mais abrigo na hora das chuvas. As fantasias estão sendo produzidas na casa da carnavalesca, Marli, que mora na Vila Clara, em São Paulo.

Os carros ficam em terreno vazio que pertence a um pequeno mercado da região. "Pedimos para o dono do terreno e ele nos deixou ficar aqui para montar os carros", contou o intérprete do samba-enredo.

Intérprete do samba há 20 anos se dedica à escola 

William Rocha tem 27 anos, 20 dos quais foram dedicados à Unidos do Serraria. De 1997 a 2003, William tocou na bateria: era mestre de tamborim. Antes disso saiu em carros, de destaque, ou no chão.

No ano seguinte, resolveu estudar canto. Foi a escolas de São Paulo, aprendeu e, no Carnaval de 2004, já era intérprete do samba da escola.

A família Rocha é composta de sete irmãos, e todos desfilam pela agremiação.

William trabalha à noite e quase não tem dormido, porque de dia, ele passa ajudando na construção dos carros, que ele aprendeu a montar sozinho: "Vimos vídeos e vi outras pessoas trabalharem. Assumimos um compromisso", disse. "A gente pensa em Carnaval o ano inteiro."




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