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Mauá terá de esperar
a alça do Rodoanel
Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
16/02/2011 | 07:18
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Se na semana passada as obras de acesso ao Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, no Centro de Mauá, estavam a passos de tartaruga, agora os trabalhos pararam de vez. Isso porque o governador Geraldo Alckmin (PSDB) determinou a revisão de contratos do seu antecessor, o também tucano José Serra, o que levou à interrupção da construção de alça de acesso ao anel viário, um dos empreendimentos mais importantes para o trânsito do Grande ABC. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA), responsável pela gestão do canteiro de obras, se recusa a repassar qualquer informação sobre a interrupção dos serviços.

Os poucos funcionários que ainda trabalhavam ontem nas margens da Avenida João Ramalho, próximo ao Paço Municipal, informaram à equipe do Diário que até sexta-feira o local vai estar vazio. Segundo um dos responsáveis pelo serviço, no momento, os pedreiros estão empenhados em erguer o muro que sapara a área da alça da linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). "Não podemos trabalhar na alça, pois a empreiteira retirou guindastes e o maquinário para mover os materiais mais pesados. Por isso, estamos apenas levantando o muro", disse um funcionário, que preferiu não se identificar.

A alça deveria ter sido entregue em maio. O Estado inaugurou o Trecho Sul do Rodoanel em março de 2010, inacabado. As intervenções deveriam interligar as avenidas Papa João XXIII e Jacu-Pêssego, na Capital. "Só fazemos o que está no cronograma da empreiteira. Mandaram a gente esperar até esta semana para ver se tem mais trabalho. Mas já ficamos sabendo que vai parar tudo", disse outro trabalhador.

A interligação que teve as obras interrompidas em Mauá pretende facilitar também o fluxo do trânsito para a Avenida dos Estados, permitindo o acesso para Santo André, São Caetano e São Paulo.

 

PROVIDÊNCIAS

A Prefeitura de Mauá, cidade mais prejudicada com a paralisação das obras, não se manifestou até o fechamento desta edição.

O Dersa informou apenas que não comenta informações repassadas por funcionários. Além disso, manteve o discurso da semana passada, quando informou que está readequando o projeto da alça ao atual plano de obras. "Como o processo ainda não foi concluído, o Dersa só irá se manifestar a respeito nos próximos dias. Não há qualquer relação entre as ações tomadas pela empresa e outras decisões do governo do Estado", informou em nota.

 

Entulho toma conta do canteiro de obras e prejudica o trânsito

 

Praticamente abandonada pelos operários, a construção da interligação da Papa João XXIII com Jacu-Pêssego acumula restos de concreto e tijolos. O entulho avança pela Avenida João Ramalho, na entrada de Mauá, e em ambos os sentidos toma parte das faixas de trânsito. Nos horários de pico, o motorista que trafega pela avenida encontra lentidão e congestionamentos.

No ano passado, quando o canteiro de obras funcionava em ritmo acelerado, maquinário e movimentação de funcionários competiam com o trânsito local. "Agora a situação é de abandono. Passo aqui sempre, e parece que ninguém vai recolher esse lixo", opinou o autônomo Humberto Fonti, 41 anos, que ontem foi forçado a estacionar nas margens tomadas pelo entulho para consertar um problema na direção do veículo.




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