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São Bernardo terá
Hospital de Urgência
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
09/02/2011 | 07:26
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Em entrevista exclusiva ao Diário, ontem à tarde, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e o secretário de Saúde, Arthur Chioro, anunciaram o projeto de construção do HU (Hospital de Urgência), que será erguido atrás do Pronto-Socorro Central da cidade, que funcionará normalmente até a inauguração da unidade.

De acordo com o prefeito e o secretário, apesar do trabalho contínuo de acolhimento realizado com os funcionários, o prédio atual dispõe de estrutura física mal planejada, que impossibilita fornecer boas condições de atendimento aos usuários. "Hoje, o PS é a Bagdá do SUS (Sistema Único de Saúde)", comparou o secretário, admitindo o problema.

A publicação do edital de licitação para a construção do hospital deve ocorrer em até 50 dias. A expectativa da Prefeitura é entregar o novo equipamento até meados de 2012, próximo à inauguração do Hospital de Clínicas, no bairro Alvarenga.

O financiamento da construção será feito por meio de PPP (Parceria Público-Privada). A empresa vencedora da licitação irá financiar e executar a obra projetada nos moldes requeridos pela Prefeitura. Em contrapartida, a administração devolverá os recursos em parcelas que podem chegar a até 35 anos, de acordo com a legislação. Questionado sobre a previsão inicial de gastos para erguer o hospital, Chioro preferiu não arriscar, alegando que a Prefeitura dará preferência à empresa que atender ao objetivo da construção e oferecer menores preço e prazo de entrega.

O novo Hospital de Urgência deverá solucionar o problema da alta demanda no setor de emergência da cidade e será especializado em atender casos de alta complexidade, já que as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) atendem à demanda de pequena e média gravidades. No novo hospital, a população poderá contar com cirurgias gerais, inclusive de traumas ortopédicos, atendimento nas áreas de clínica, oftalmologia, otorrinolaringologia, odontologia, pediatria e psiquiatria.

ESTRUTURA
Hoje, são realizados 1.500 atendimentos por dia no PS, aproximadamente 45 mil por mês. Já o novo hospital terá capacidade para atender 70 mil pacientes mensais em dois novos prédios de sete andares, que serão equipados com 228 leitos, sendo dez de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto e dez infantil, em uma área construída de até 30 mil metros quadrados.

"Temos um grande volume de atendimento e um equipamento inadequado para atender às necessidades da população. Precisamos de uma nova realidade para o PS Central, um equipamento em condições estruturais para oferecer um bom funcionamento", afirmou Marinho. De acordo com o secretário, provavelmente a gerência do Hospital de Urgência e do Hospital de Clínicas ficará com a Fundação ABC, que atualmente já administra o PS Central.

Para a construção do HU, será preciso demolir os dois prédios onde funcionam o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a Secretaria de Saúde e a Vigilância Sanitária, entre outros departamentos, que serão alocados em pontos ainda não definidos.

Equipe médica do PS comemora a novidade 

A superintendente do PS (Pronto-Socorro) Central de São Bernardo, Elaine Lopez, recebeu a equipe do Diário na tarde de ontem para mostrar a atual situação do atendimento prestado na unidade. A sala vermelha, onde são canalizados os primeiros atendimentos que chegam pelas ambulâncias do Samu, foi feita para acomodar inicialmente cinco pessoas.

No entanto, chega a comportar até 25 usuários de forma improvisada e apertada, o que prejudica o atendimento prestado pelos médicos socorristas devido à falta de estrutura. A sala é pequena, a entrada das macas é feita por uma porta estreita e a chegada de várias ambulâncias ao mesmo tempo lota as dependências da sala em poucos minutos.

Após a estabilização do estado de saúde do paciente, ele é transferido para as outras alas do PS, como as salas amarela e verde, onde são alojados os doentes em situações mais estáveis, ainda de forma precária.

Para Elaine, a novidade da construção do Hospital de Urgência acabará com as péssimas condições de trabalho dos 700 funcionários do PS. "Temos trabalhado na perspectiva de melhora, mas as condições de trabalho são ruins e não podemos dispensar o paciente. O prédio atual é novo, mas até chove dentro. Melhoramos o jeito de cuidar, mas ainda dispomos de uma estrutura física precária. Trabalhamos apenas com a motivação da equipe, que está animadíssima com a construção do HU. Finalmente daremos forma à rede de urgência e emergência da cidade e fecharemos um ciclo. Estávamos esperando a nossa vez", declarou a superintendente.




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