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Filmes e novelas transpiram sexualidade
Ângela Correa
Do Diário do Grande ABC
06/02/2011 | 07:24
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Divulgação


Entre seus truques, os humoristas pioneiros tinham uma arma infalível para provocar o riso da plateia: imitar e exagerar os trejeitos femininos. A receita funcionou, inclusive, quando essas situações começaram a ser registradas e exibidas no cinema.

Por muito tempo, menções à homossexualidade ficaram relegadas ao plano da comédia rasgada. Em 1978, já haviam sido produzidos centenas de títulos com diferentes formas de sexualidade, quando A Gaiola das Loucas, comédia pastelão, modificou o tratamento que os personagens homossexuais recebiam. Até então, o protagonista era promíscuo ou não tinha sentimentos além do fato de gostar de pessoas do mesmo sexo.
filme ítalo-francês apresentou o primeiro casal gay estável, com conflitos comuns a qualquer relacionamento. O sucesso foi tanto que houve continuação, dois anos depois, além de versões para Hollywood e o teatro. É bem verdade que a fórmula de humor contribuiu para que a trama ganhasse fôlego, mas o marco estava feito.

Apesar de esforços de alguns cineastas mais engajados, foi só nos anos 2000 que uma variedade de emoções foram permitidas a esses personagens. Indicado ao Oscar, O Segredo de Brokeback Mountain (2005) é o maior responsável por levar essas tramas a um outro patamar, bem longe do escárnio, e próximas do grande público. Mais do que símbolo gay, a produção se tornou também uma das grandes histórias de amor já apresentadas.

E se o diretor Gus Van Sant (assumido gay) não conseguiu levar o assunto para fora dos circuitos cult até o anos 1990, retomou a chance com Milk - A Voz da Igualdade (2008). Um dos aspectos de maior peso é que o longa reproduzia fato real: a eleição de um candidato homossexual a cargo político nos Estados Unidos dos anos 1970. Mesmo com produções independentes retratando relações femininas mais reais, a massa nunca havia se deparado com uma família como a de Minhas Mães e Meu Pai (2010). Filhos saudáveis e convivendo com toda harmonia com seu par de mães, que dividem a mesma cama.

Novelas exibem um caso por ano - Apesar da boa quantidade de personagens atualmente no ar (como Ti-Ti-Ti e Insensato Coração), ainda há muitos clichês por eliminar nas telinhas. Na última década, houve pelo menos um papel gay por ano em novelas brasileiras. Na maioria, havia a promessa do beijo entre personagens do mesmo sexo. Mas só ocorreram abraços sutis, como os de Mylla Christie e Bárbara Borges em Senhora do Destino (2004).

Em América (2005), o beijo entre Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro chegou a ser gravado, mas não exibido. Decepção geral, inclusive para os atores. Em Duas Caras (2007), houve mudança significativa na história: mesmo sendo gay, o personagem de Thiago Mendonça acabou se apaixonando por uma mulher (Leona Cavalli).

A TV gringa está mais focada na qualidade de relações. Em Glee, Kurt (Chris Colfer) sofre bullying antes de despontar como um dos principais cantores do coral, mas aprende com o namorado a encarar a vida com leveza. E Pretty Little Liars, que estreia no Boomerang em março, mostrará o início conflituoso do namoro entre amigas.




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