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Vitória da experiência
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
02/02/2011 | 07:14
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Marina Brandão / DGABC




Os dias do Chevrolet Vectra estão contados. No Brasil desde 1993, quando substituiu o consagrado Monza, ele deve ser aposentado neste ano para dar lugar ao Cruze, que já circula pela Argentina. E como última homenagem a este três-volumes maior de idade - são 18 anos de estrada -, o Diário resolveu conceder-lhe o direito de enfrentar, pela última vez, ninguém menos que o Toyota Corolla, líder de vendas entre os sedãs médios.

Optamos pela versão intermediária Elegance com transmissão manual, que parte de R$ 62.147, para bater de frente com a configuração de entrada do oponente fabricado em Indaiatuba (SP) XLi, também manual, que custa R$ 62.110.

Para este segmento, R$ 37 é dinheiro de pinga. Porém, se forem levados em conta os itens de série de cada um, o Chevrolet, às portas do INSS, mostra que ainda tem lenha para queimar. Além do air bag duplo frontal, do ar-condicionado, da direção hidráulica, do computador de bordo, das travas e vidros elétricos, o Vectra entrega a mais controlador de velocidade, rodas de liga leve de 16 polegadas, faróis de neblina e freios com ABS, itens que fazem a diferença na hora de efetuar a compra deste ou daquele modelo.

DESEMPENHO - Rodando, o equilíbrio se faz presente. Com motor 2.0 Flexpower, o Vectra entrega maior vigor nas acelerações e retomadas. Além de 8 cv a mais que o bloco 1.8 16V flexível do Corolla quando abastecido com etanol, o Chevrolet oferece maior torque (19,7 mkgf) em rotações mais baixas (2.600 rpm).

O Corolla é melhor na transmissão. Além de engates mais precisos, a relação está em melhor sintonia com o propulsor de funcionamento silencioso. A suspensão firme também agrada mais em relação à maciez do rival, principalmente nas curvas e frenagens bruscas, momentos em que o Vectra inclina um pouco.

CONFORTO E ESPAÇO - Para o motorista, Vectra e Corolla são confortáveis. Possibilitam encontrar a melhor posição ao volante com ajustes de altura do banco e profundidade - altura também - da coluna de direção. É fácil se encontrar dentro de ambos.

Quando pulamos para o banco de trás, no entanto, as coisas mudam um pouco. Com distância entre os eixos maior em significativos 10 centímetros, o Chevrolet trata melhor os joelhos dos passageiros. Em contrapartida, o assoalho plano do Toyota traz conforto infinitamente superior ao passageiro que vai no meio em relação ao Vectra, que tem duto central elevado.

Quem gosta de sedã, claro, quer porta-malas de sobra. E neste ponto, o Chevrolet leva novamente vantagem. São 526 litros contra 470 litros - diferença de 56 litros.

O acabamento dos concorrentes tem algo em comum: a qualidade do encaixe das peças. O Vectra leva vantagem por abusar menos do plástico duro, utilizando, por exemplo, tecido para revestir os painéis das portas, partes emborrachadas sobre o painel de instrumentos e maior quantidade de detalhes cromados, como nas maçanetas.

DESIGN - Definitivamente, o design é a causa da aposentadoria do Vectra. As rugas são aparentes, afinal, o visual é o mesmo desde 2006, apesar de um ‘facelift' em 2008. O Corolla, por sua vez, não arranca suspiros, mas sugere maior atualidade que o rival.

VEREDICTO - No melhor estilo Rocky Balboa, o veterano Vectra apanhou, mas também deu suas ‘pacandas' no Corolla. Porém, no final, o Chevrolet venceu pelo melhor custo-benefício e espaço interno. Mas atenção: ele pendura as luvas neste ano.




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