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Os consumidores adeptos do cheque conseguiram honrar mais os débitos em 2010. Indicador da Serasa Experian, divulgado ontem, revela que, de cerca de 1,120 bilhão de cheques compensados, 19,761 milhões - ou 1,76% - foram devolvidos no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2009. Foi o menor patamar na modalidade desde 2004. À época, o número de devoluções representou 1,58% de 2,106 bilhões de compensações.
Na comparação de dezembro frente ao mesmo período de 2009, também houve queda no índice, de 1,87% para 1,72%, respectivamente. Apesar disso, o percentual mostrou alta em relação a novembro, que teve 1,68% nas devoluções.
A trajetória de queda começou em junho e se deu em razão de o consumidor preferir o cartão de crédito para realizar financiamentos mais longos, ao contrário dos cheques, que permitem parcelar em menos vezes, segundo o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. "O grande diferencial do cartão é a possibilidade de pagamento mínimo da fatura. Quem já estava endividado optou por essa modalidade por essas facilidades", afirma.
Após contrair mais dívidas, e a fim de não comprometer o limite no cartão, o comprador inverteu a preferência do meio de pagamento voltando para as compras em cheque, o que contribuiu para a elevação do indicador de folhas sem fundos no mês. "Enquanto não chegava o 13° salário para amortizar essa dívida no cartão o consumidor foi passando cheques", diz o economista.
MUDANÇAS - O executivo da unidade (que faz intermédio de meios de pagamento), Antônio Afonso, revela que dois fatores contribuíram para a diminuição de calotes com cheques em 2010.
Antes, gastos mais baixos, em torno de R$ 30, eram feitos com cheques. Hoje, para o valor, o consumidor opta pelo cartão de débito. E o cheque é destinado para valores médios ou grandes. Assim, as empresas que concedem crédito por esse meio ficaram mais criteriosas. "Em decorrência disso, a inadimplência com cheques caiu bastante no ano passado", completa Afonso.
Já Almeida defende que as devoluções podem aumentar neste início de ano em função de gastos com impostos e material escolar. Será preciso analisar o balanço deste primeiro trimestre, que incluirá gastos com o Natal, para novas projeções. "Acredito que a inadimplência pode pressionar o consumidor", projeta Almeida.
NA REGIÃO - O Grande ABC está mais otimista que a média nacional. O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Sidnei Muneratti, ressalta bom momento para a economia da região. "Estamos num momento até melhor que o nacional."
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