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Mauá atrasa entrega de abrigo no Jardim Zaíra
Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
15/01/2011 | 07:44
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"Passo por lá sempre", disse o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT). Mas a população do morro do Macuco não tem visto o gestor sujar os pés de barro. Oswaldo preferiu enviar a primeira-dama a campo. Ontem, a também secretária de Assistência Social, Celma Dias, vistoriou as atrasadas instalações da tenda provisória no Zaíra 4, em uma rua asfaltada. O local - uma quadra inacabada - deveria receber na quinta-feira famílias desalojadas, mas ainda está em fase de instalação.

O espaço pode acomodar até 47 famílias, segundo a Prefeitura. Celma disse que a previsão é de que a instalação receba os desalojados neste fim de semana. "Estamos fazendo de tudo para atender bem as famílias", disse.

Outro abrigo será construído no Jardim Oratório. Mas até o momento a Prefeitura não informou o local e quando as famílias serão acomodadas. Nas duas estruturas, a promessa é de que três refeições diárias sejam oferecidas. As famílias podem permanecer alojadas por 60 dias até conseguirem alugar residência. O prazo pode ser prorrogado por mais dois meses.

Na manhã de ontem, funcionários ainda estavam empenhados na colocação do piso de madeira na tenda no Zaíra. Energia elétrica ainda não estava ligada à rede. Pelo chão, materiais de construção estavam espalhados. "Enquanto não concluímos este abrigo, as famílias foram acomodadas na (Escola Municipal) Hebert de Souza", falou a primeira-dama.

PROJETOS
O prefeito assinou nesta semana dois projetos com a Caixa Econômica Federal para atender as pessoas que perderam ou tiveram a casa interditada por conta das chuvas.

O banco vai arcar com a construção de 38 habitações na região do Jardim Itapeva. Um financiamento de 80 apartamentos no município será aberto para os desalojados. Mas para ter direito ao crédito, é preciso comprovar renda entre R$ 1.200 e R$ 1.800.

A Caixa também se comprometeu a liberar o FGTS das pessoas desalojadas. Isso só vai acontecer se o município decretar estado de emergência.

Desde que as chuvas começaram, cerca de 194 imóveis foram interditados. As providências da Prefeitura surgiram uma semana após duas pessoas morrerem soterradas no Macuco.

Além disso, 30 residências foram danificadas por escorregamentos de solo. A Defesa Civil teve de demolir seis.

Especialistas e autoridades políticas apontam a necessidade de o município maperar as zonas de risco e preparar plano de contingenciamento. Contudo, Oswaldo caiu em risos ao ser questionado sobre o número de imóveis na cidade que podem sofrer com acidentes geológicos.

População recebe kits de primeiras necessidades

Mais de 200 famílias do morro do Macuco, em Mauá, receberam ontem kits de primeiras necessidades da Defesa Civil Estadual. Cestas básicas, cobertores, colchões, materiais de limpeza e higiene pessoal fazem parte da doação, que aconteceu na própria comunidade.

Todas as pessoas que receberam o kit foram atingidas pelas chuvas dos últimos dias. O autônomo Valmir Carlos Castro, 54 anos, cedeu a garagem de casa para acomodar os mantimentos. "A gente está ajudando essas pessoas desde a semana passada, já que a Prefeitura não faz a parte dela", falou.

A deputada Vanessa Damo (PV) também esteve no local e criticou a falta de atenção da administração. "O prefeito deveria ter vindo até aqui e ver a situação dessas famílias. Ao invés disso, o Estado teve de mandar ajuda."




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