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Procura por crédito cresce 16,4% em 2010 e bate recorde
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
11/01/2011 | 07:00
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O consumidor brasileiro ficou afoito na procura por crédito em 2010. Indicador da Serasa Experian, divulgado ontem, revela que a demanda cresceu 16,4%, no acumulado anual. Foi o melhor resultado da série histórica, iniciada em 2007. O desempenho superou o de 2008, que foi de 6,4%. Em 2009, devido à crise econômica, a procura recuou 1,2%.

No Grande ABC, o crescimento deve seguir a tendência nacional, mas de forma menos expressiva. A expectativa para a região é de que 2010 supere em 10% o resultado de 2009, segundo o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Sidinei Muneratti.

"Tivemos desempenho importante da economia e a disposição de crédito ajudou para se atingir o índice. A inadimplência ficou dentro das expectativas, não atrapalhando. Há segmentos (na região) com disposição para consumo, que é cíclico e constante." Como exemplo, Muneratti diz que o consumidor já antecipa compras de material escolar, Carnaval e Páscoa.

No balanço, o brasileiro com renda até R$ 500 mensais foi destaque, com crescimento de 46,3% em 2010.

"São os novatos do crédito. Passaram a fazer parcelamentos no cartão em grande volume", explica o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. "Vão atrás de bens de conforto, como os eletrodomésticos", completa.

A queda na taxa de desemprego e o recorde na contratação formal (com carteira assinada) também contribuíram. "A renda cresceu acima da inflação e o juro esteve mais baixo", salienta. "Isso deu confiança para que o consumidor se endividasse."

O curioso é que o comprador com renda de R$ 5.000 a 10 mil ao mês também buscou mais dinheiro na praça. É o segundo grupo que mais cresceu - alta de 27,9%. Eles, no entanto, buscam aumentar seu patrimônio, comprando carros e imóveis, conforme revela Almeida.

Porém, esse cenário deve mudar. O economista sustenta que, ao contrário de 2010, cujo PIB (Produto Interno Bruto) deve subir 7,5%, neste ano a estimativa é de 4,5%. "Assim, haverá menos renda. Será preciso monitorar a inadimplência, pois a perspectiva é de crescente endividamento do consumidor", ressalta.




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