O deslizamento de terra de terça-feira (4/1) que matou mãe e filho no morro do Macuco, em Mauá, quase atingiu a casa do casal Eli Nicolal, 38 anos, e Roseli Marques Barros. Mas na tarde de ontemo casal levou um susto ao retornar para a residência. Segundo relataram, a equipe da Prefeitura que trabalhava na demolição de casas interditadas destruiu completamente o lar sem aviso prévio. Camas, colchões, roupas, eletrodomésticos em geral, ficaram debaixo dos escombros. Desesperados, eles chamaram a Defesa Civil do município na manhã de hoje, mas não foram atendidos. No momento da destruição os dois filhos do casal brincavam na casa de um parente.

Sem teto, a família foi acolhida no lar de outro familiar, onde 17 pessoas se apertam. "É um desespero voltar após o trabalho e ver sua casa toda no chão. Perdemos tudo", disse emocionada Roseli. O marido dela passou a tarde de hoje tentando recolher roupas em meio ao barro e paredes quebradas. "Morei aqui por 15 anos. Demorei muito para comprar minhas coisinhas, para de repente, alguém passar o trator por cima de tudo", falou Eli.

O casal relata as dificuldades que passam na casa dos parentes. "Para dormir, juntamos dois colchões de casal onde sete pessoas passaram a noite. É muito duro essa situação", reclamou  Roseli. A Prefeitura informou em nota que o procedimento de demolição de quatro moradias no morro do Macuco levou em consideração o grau de comprometimento da estrutura das casas, a ausência de pessoas no seu interior e o fato de estarem com portas e janelas abertas.