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Momentos históricos de uma posse inesquecível
Beto Silva
Enviado especial a Brasília
02/01/2011 | 07:32
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Ricardo Trida/DGABC


A cerimônia de posse de Dilma Rousseff (PT) ontem, em Brasília, foi marcada por diversos momentos históricos dentro de um grande contexto que não sairá da retina de quem presenciou a primeira mulher ser oficialmente declarada presidente do Brasil.

A começar pelo tratamento referendado ao povo brasileiro em seus dois discursos - um no Congresso outro no parlatório do Palácio do Planalto. Ela quebrou a tradição petista de chamar a população e militantes de companheiros e companheiras. Dilma preferiu a deferência "queridas brasileiras e queridos brasileiros". A atitude pode ser interpretada como uma pequena mostra de que, desde já, governará com personalidade própria. Também transparece um pouco a ausência de intimidade com a história do partido, no qual ingressou apenas em 2000 - antes era do PDT.

Outro momento importante do rito de posse foi quando Dilma passou em revista à tropa do exército, em frente ao Congresso. Ontem, a presidente respeitou os militares, que retribuíram com continências formais. Muito diferente de quando ela integrava grupos armados contra o regime militar.

 

DISCURSOS

Em suas falas, a mineira de 63 anos, radicada no Rio Grande do Sul, chorou duas vezes. Não fez nenhum anúncio inédito ou polêmico. Manteve uma linha propositiva, e reafirmou compromissos de campanha eleitoral.

Em discurso lido no Senado, Dilma falou que os investimentos mais importantes serão na Educação, Saúde e Segurança. "Nas últimas duas décadas, o Brasil universalizou o Ensino Fundamental. Porém, é preciso melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no Ensino Infantil e no Ensino Médio. Para isso, vamos ajudar decididamente os municípios a ampliar a oferta de creches e de pré-escolas", destacou sobre o setor educacional.

"Consolidar o Sistema Único de Saúde será outra grande prioridade do meu governo. Para isso, vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro", salientou acerca da Saúde. "Meu governo fará trabalho permanente para garantir a presença do Estado em todas as regiões mais sensíveis à ação da criminalidade e das drogas, em forte parceria com Estados e municípios", frisou sobre Segurança.

E ressaltou que a área social também terá prioridade. "A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos."

Também discorreu sobre o pré-sal, o qual classificou de "passaporte para o futuro". Mas só o será plenamente se produzir uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental."

Disse que não haverá privilégios em sua gestão. "Não haverá de minha parte discriminação, privilégios ou compadrio." E estendeu a mão à oposição. "Mais uma vez estendo minha mão aos partidos de oposição e as parcelas da sociedade que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral. A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros, sob a égide dos valores republicanos."

Dilma sinalizou que fará as reformas tributária e política. "É, portanto, inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade", ressaltou, para completar em seguida. "Na política, é tarefa indeclinável e urgente uma reforma política com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública", enfatizou Dilma, que hoje já tem compromissos oficiais com Felipe da Espanha.




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