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Sem acordo, aeroviários cruzam
os braços nos aeroportos
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
22/12/2010 | 20:09
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A situação nos aeroportos brasileiros, que já não é fácil, ficará mais complicada com a paralisação dos aeronautas (pilotos e comissários) e aeroviários (funcionários que trabalham em terra) marcada para hoje, antevéspera do Natal. De acordo com o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), a expectativa é que dos 60 mil profissionais do País, 70% adiram à manifestação da categoria.

"Faremos 24 horas de greve. Lutamos por 15% de reajuste salarial, enquanto o sindicato patronal ofereceu apenas 6,5%, um pouco mais que a reposição da inflação", diz o secretário-geral SNA, Marcelo Schimidt. As negociações, que começaram há 81 dias, estão paradas.

Ontem houve reunião com o sindicato das aéreas no MPT (Ministério Público do Trabalho), em Brasília, mas as partes não entraram em acordo. Por se tratar de um serviço essencial, a manutenção de 30% dos funcionários trabalhando será respeitada pelos sindicalistas.

Schimidt afirma que a intenção não é protestar só contra os salários (o piso da categoria é de R$ 700), mas contra as condições de trabalho e segurança. "A jornada diária de trabalho é de seis horas, mas o funcionário trabalha mais que isso."

ESTRATÉGIA - A partir das 5h parte dos funcionários será convocada a cruzar os braços. Ontem, os sindicalistas entregaram panfletos aos trabalhadores no Aeroporto Internacional de Cumbica (SP).

Segundo o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Orisson Melo, as empresas estão hospedando os trabalhadores nos hotéis próximos ao aeroporto e recomendando que eles cheguem ao trabalho sem uniforme, para não serem parados pelos manifestantes.

Cerca de 10 mil funcionários trabalham nos balcões de atendimento, pista e embarque em Guarulhos. "O Exército e a Aeronáutica tentarão impedir nosso movimento, mas não conseguirão. Vamos convencer a maior parte dos trabalhadores", acrescenta Melo.

OUTRO LADO - A Azul, em nota, acredita que seus funcionários não vão aderir à paralisação, mantendo a operação de acordo com o planejado para o período do fim do ano. A Gol comunica que manterá a programação dos cerca de 900 voos e recomenda aos passageiros a fazerem check-in pelo celular, internet ou totens de autoatendimento.

A TAM diz que utilizará aeronaves de maior porte para reacomodar os passageiros afetados, de acordo com seu plano de contingência para o fim de ano. Por sua vez, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) recomenda que os passageiros liguem para as companhias verificando se o voo foi mantido e o horário permanece inalterado. Nos voos nacionais é bom chegar duas horas antes ao aeroporto e nos internacionais, três. Após uma hora de atraso, a empresa é obrigada a dar assistência ao usuário.




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