O setor de hotelaria e turismo do Grande ABC se anima com as perspectivas de negócios, por conta da Copa do Mundo de 2014, e se prepara para o evento, tentando atacar um dos problemas que é recorrente em diferentes setores no País atualmente: a carência de mão de obra qualificada para atuar no mercado.

O Sehal (Sindicato de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), em parceria com a Apreced (Associação de Preservação do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Difusão da Cultura e Educação), com o apoio da Prefeitura de São Bernardo, deverá reforçar no ano que vem a oferta de cursos gratuitos a profissionais do ramo. No início de 2011 será inaugurado um restaurante escola nas instalações do Cenforpe (Centro de Formação do Professorado).

"Será um grande showroom, com equipamentos de última geração para hotéis e restaurantes", afirma o presidente da entidade, Wilson Bianchi. O sindicato investe de R$ 600 mil a R$ 700 mil na reforma de salas no local, com a construção de bancadas de cozinha (para rotisserie, pizzaria e bar) e a ideia é dar oportunidade de capacitação a cerca de 2.000 pessoas, com cursos livres, que podem durar de quatro dias a uma semana.

A iniciativa do Sehal faz parte de projeto que conta com apoio do Ministério do Turismo, que também englobará cursos gratuitos de inglês e espanhol. Serão formados mais 1.000 alunos com noções desses idiomas.

Em outras cidades da região, também deverá haver ações semelhantes. Em São Caetano, por exemplo, por meio da Apreced, estão previstas 100 vagas para quatro cursos diferentes na área de turismo. E o governo federal disponibilizou através do Programa "Olá Turista" 80 mil vagas para a qualificação nos idiomas inglês e espanhol, totalmente em ambiente virtual, o que ficou a disposição dos interessados com inscrições em todo o território nacional.

Prefeituras são candidatas a subsede

Além de capacitação da mão de obra, três prefeituras da região (de Santo André, São Caetano e São Bernardo) se candidataram para serem subsedes da Copa de 2014 e receberem delegações para treinamento, antes das partidas.

A assessora da secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo Soraia Dias avalia que existe potencial grande de negócios para as empresas da cidade e, que nesse primeiro momento, a administração municipal procura recuperar equipamentos degradados, como a prainha do Riacho Grande, o parque do Estoril e a Cidade das Crianças, que podem atrair turistas durante o evento. Ela acrescenta que tem havido contatos com empresários do setor hoteleiro, para que sejam implantados mais empreendimentos na cidade. "Há uma demanda latente por mais hotéis", afirma.

Um das poucas redes instaladas na cidade, a Liau Hotels (formada pelo Park Plaza e pelo Park Suits) planeja reforma em suas unidades no ano que vem, que exigiria R$ 5 milhões de investimento. A presidente do grupo, Helen Liau, afirma que as melhorias ocorreriam mesmo sem o evento esportivo, mas vê boas oportunidades com o Mundial, sobretudo se São Bernardo for escolhida subsede. Em relação à mão de obra, Helen atesta que há carência de profissionais qualificado, o problema que pode ser amenizado, em parte, com o programa de cursos gratuitos oferecido pelo Sehal.