Depois de eleger o Grande ABC como porta de entrada para aportar na Saúde privada de São Paulo, a carioca Rede D'Or vai investir R$ 95 milhões na região até o fim de 2011. Além dos recursos empregados para reforma dos hospitais Brasil e Assunção, comprados neste ano, o grupo escolheu São Caetano para sediar sua primeira construção no Estado paulista.

A também dona do grupo São Luiz deve aportar R$ 60 milhões para erguer o complexo, que terá 140 leitos e 40 consultórios e funcionará no Espaço Cerâmica. O valor da transação pelo terreno não foi divulgado. Os outros R$ 35 milhões serão aplicados no Hospital Brasil e no Assunção.

O hospital de São Caetano terá "de 15 mil até 20 mil metros quadrados de área, que custarão R$ 3.000 por metro. Começamos as obras em três meses e nossa perspectiva é de que ele esteja em funcionamento antes do fim de 2012", prevê o diretor-presidente do grupo, Jorge Moll.

A unidade vai atender cerca de 20 mil pacientes e, segundo o empresário, o Grande ABC foi escolhido por conta da alta demanda reprimida. "Hoje a região precisa de um hospital desse nível. Identificamos aqui oportunidade única. Há uma grande demanda reprimida por saúde privada e muitos moradores buscam atendimento em São Paulo", avalia.

O grupo, que possui hoje 20 unidades espalhadas pelo País, tem planos para seguir em expansão, mas atesta que, neste momento, manterá apenas três complexos no Grande ABC. "Já temos hospitais no A, no B e no C, as outras letras (cidades), não estão nos nossos planos no momento", diz Moll.

Segundo ele, a lei criada pela Prefeitura de São Caetano, que concede descontos de até 50% na tributação para garantir a instalação de novos centros médicos particulares na cidade, foi fundamental para garantir o fechamento do acordo. Os benefícios previstos são isenção total do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), redução da ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Intervivos) para 0,50% na aquisição do terreno, redução da alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços), que incide sobre a mão de obra relativa às obras civis de construção e ampliação, e isenção de taxas municipais de 4% para 2% por dez anos.

Para o prefeito, José Auricchio Júnior (PTB), a chegada do hospital garante a criação de vagas de trabalho. "Não serão apenas médicos e enfermeiros, mas toda a carga que vai desde mão de obra especializada até serviços gerais", afirma.

 Unidade de Sto.André ganha mais alas e equipamentos

 O Hospital Brasil, de Santo André, vai receber até o fim do próximo ano R$ 25 milhões. Neste ano, o estabelecimentos recebeu R$ 10 milhões de aporte feito pela carioca rede D'Or logo após a compra do espaço, e, a partir de 2011, serão investidos R$ 15 milhões para garantir a ampliação do espaço. Dentro da meta de reestruturar o hospital, a rede carioca inaugura amanhã 12 leitos de UTI adulto. A unidade contará ainda com novos equipamentos de ressonância magnética.

"Sabemos que o hospital é referência na região. Queremos investir cada vez mais para deixá-lo com a cara da Rede D'Or", destaca Moll. Até 2012 há previsão de ampliação das UTIs para mais 20 leitos, além da reforma no centro diagnóstico. O Assunção, que fica em São Bernardo, receberá R$ 10 milhões para a ampliação e reforma do espaço. PC