De um lado, a luta para escapar do rebaixamento. Do outro, o objetivo de terminar com chave de ouro um ano inesquecível. Avaí e Santos protagonizaram um duelo recheado de gols ontem no Estádio da Ressacada. A vitória por 3 a 2 decretou a permanência dos catarinenses na Série A do Brasileiro, com 43 pontos em 14º lugar, e deixou o Peixe na sétima colocação, com 55.

Eletrizante, o Santos abriu o placar logo aos nove minutos. Neymar fez bela jogada pela esquerda e cruzou. O goleiro Renan falhou e a bola sobrou para Keirrison, que empurrou para a rede: 1 a 0.

Os donos da casa responderam aos 26 minutos, com Rudinei, que bateu de primeira e quase marcou.

Dois minutos depois, em cobrança de falta, a bola sobrou para Robinho, que bateu e obrigou o santista Rafael a fazer ótima defesa.

Logo depois, brilhou o talento de Neymar. Aos 32, em contra-ataque, o atacante foi lançado, invadiu a área, saiu na cara de Renan e tocou no canto para ampliar: 2 a 0.

A vida estava fácil demais para o Santos. Tão tranquila que o time passou a administrar o jogo como se faltassem poucos minutos para o fim. O desleixo custou caro. Vadinho dominou na área alvinegra e deu lindo toque por cima, mas Rafael evitou o gol de cobertura.

Na sequência, Caio realizou o lance mais bonito da partida. Ele pegou a bola na entrada da área, passou por três marcadores, saiu na cara do gol e diminuiu. 2 a 1.

A reação dos catarinenses não parou por aí. Nos acréscimos, aos 46, Caio invadiu a área e bateu. A bola entrou no canto esquerdo: 2 a 2.

Para quem precisava a todo custo da vitória, nada melhor do que atacar constantemente. Pensando assim, o técnico Vágner Benazzi colocou o meia Davi no lugar de outro meia, Robinho. O Santos, do outro lado, queria sair de Santa Catarina com pelo menos um ponto. Ficou apenas no desejo.

A pressão do Avaí foi intensa. Rudinei, Vandinho e Caio buscavam o gol incansavelmente. Rafael fazia o que estava a seu alcance na meta santista.

Na frente, Neymar, sozinho, tentava provocar algum medo nos donos da casa. Mas a supremacia era evidente. Faltava mais objetividade ao Avaí.

Aos 36 minutos, novamente brilhou a estrela do meia Caio. Ele recebeu na meia-lua e bateu no ângulo. Rafael apenas olhou e o Avaí se garantiu na elite do futebol nacional.

Léo culpa arbitragem pela virada no Sul

A surpreendente virada do Avaí deixou perplexos os jogadores do Santos. Além do espanto causado por um resultado inesperado, quando tudo parecia definido, o fator arbitragem serviu como explicação para a derrota em Santa Catarina.

O lateral-esquerdo Léo defendeu que dois dos três gols do Avaí foram marcados de maneira ilegal, uma vez que as jogadas teriam começado em faltas não marcadas nos atletas do Peixe. "É dificil jogar contra times que lutam contra o rebaixamento na casa deles. Não quero falar nada, mas foi falta no Neymar e gol... Falta no Keirrison e gol. Tem que ser mais sério" reclamou.

O treinador Marcelo Martelotte, que fará sua despedida do comando alvinegro na próxima rodada, contra o Flamengo, na Vila Belmiro, contrariou o experiente ala. "Não tenho nada a reclamar da arbitragem. A meu ver, ele (juiz Sandro Meira Ricci) apitou bem. Foi um jogo pegado, por isso teve muitos cartões (11 no total)".

Do total de cartões distribuidos pelo árbitro, oito foram para atletas santistas. Dois deles para o zagueiro Durval e o volante Arouca, que estavam pendurados e, por isso, desfalcam o time frente ao Rubro-Negro.

Na defesa, a dúvida de Martelotte fica entre Edu Dracena e Vinícius. E no meio-campo, o técnico deve escalar Roberto Brum.