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Protestos e melancolia na despedida do Santo André
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
26/11/2010 | 23:04
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Torcedores fantasiados de palhaços, faixas pedindo amor ao clube e até mesmo um caixão simbolizando o enterro da Gestão Empresarial. Esse foi o clima que predominou no jogo entre Santo André e Náutico, na noite desta sexta-feira, na despedida dos clubes da Série B deste ano. A vitória do Santo André (1 a 0) pouco importou, já que o confronto que não valia nada. O representante do Grande ABC vai disputar a Terceirona em 2011, enquanto que o Náutico segue na Segunda Divisão.

Antes de a bola rolar, torcedores se aglomeraram no portão de entrada das cadeiras cobertas para protestar. "Todo mundo passa, mas a torcida e o clube ficam para sempre", gritava um deles. "O Ramalhão tem tradição, não é qualquer time", emendou Maurício Pires, outro fã do clube.

Enfurecido com a péssima fase do clube, o líder da Fúria Andreense, Renato Ramos, era o mais nervoso. "Soubemos pelo tenente Marotti (chefe do policiamento) que a diretoria procurou o Ministério Público pedindo proteção, temendo protestos violentos. Isso mostra que os dirigentes não conhecem a própria torcida, pois somos pessoas de família e que só querem o bem do Santo André", discursou.

Dentro do estádio, os 497 torcedores estavam divididos. Alguns tentavam apoiar o time a qualquer custo, mas a maioria procurava entoava gritos de protesto contra a diretoria e jogadores.

No gramado, o que se viu foi jogo morno, disputado em ritmo de amistoso. A surpresa do técnico Jair Picerni foi improvisar o volante Makelele na lateral direita. E deu certo. Dos pés dele saiam as poucas boas jogadas. Na melhor delas, aos oito minutos, ele invadiu a área e, sozinho, mandou à direita.

Ao fim do primeiro tempo, mais protestos, com torcedores xigando e vaiando. Desta vez o alvo era o técnico Jair Picerni, considerado por parte dos torcedores com um dos culpados pelo rebaixamento.

O segundo tempo foi pior que o primeiro. Porém, um lance bisonho animou a torcida. Aos 20, Wendel derrubou Thiaguinho na área: pênalti para o Náutico. Cristiano bateu e errou de forma bisonha, chutando muito longe do gol.

No fim, aos 45 minutos , Borebi aproveitou bobeira da zaga pernambucana e mandou para o fundo da rede, marcando o gol da inútil vitória.

Após o apito final, a torcida voltou a reclamar de Jair Picerni, que respondeu, e fechou a temporada do Santo André com mais uma confusão.




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