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Metalúrgicos mantêm estado de greve
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
06/11/2010 | 09:53
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Cerca de 75 metalúrgicos de Santo André e Mauá votaram ontem, em assembleia, por manter o estado de greve até semana que vem, quando a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo se reunirá com as bancadas empresariais para, novamente, negociar as propostas que constam na pauta da campanha salarial deste ano.

A categoria, formada por 24 mil trabalhadores de ambas cidades, não aceitará reajuste salarial inferior a 9%. Até o momento, as negociações estão travadas. "Na terça-feira, temos a reunião marcada. Caso nada seja proposto, iniciaremos greve geral na quarta-feira", explica o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sivaldo Pereira, o Espirro.

Em 2009, em meio à crise financeira, a categoria alcançou aumento salarial de 6,53% (com reposição da inflação e 3% de aumento real). "Neste ano temos tudo a nosso favor: bom cenário econômico e a produção a mil. Tem empresa, inclusive, que não irá parar em dezembro, como de costume. Isso sinaliza o faturamento fabril", argumenta Espirro.

A recomendação do sindicato regional aos trabalhadores presentes na assembleia foi a de manter a ‘operação-tartaruga'. "Até terça-feira vamos reduzir, sutilmente, a produção. É uma forma de pressionarmos os empresários, que estão demorando para apresentar contraproposta decente", esclarece o diretor administrativo e financeiro do sindicato, Adilson Torres, o Sapão.

REIVINDICAÇÕES - Com data-base em 1º de novembro, a categoria (dividida entre 500 fábricas), reivindica neste ano, além do reajuste salarial (reposição integral da inflação mais aumento real); piso salarial de R$ 2.050 para todos os funcionários proposto pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) - que atualmente chega a R$ 770 em empresas menores.

Entre as cláusulas sociais estão a redução de jornada, de 44 para 40 horas - com a manutenção dos salários; e da ampliação da licença-maternidade para 180 dias (de quatro para seis meses).

Químicos do Grande ABC aprovam aumento de 8%

Os trabalhadores do setor químico do Grande ABC aprovaram em assembleia realizada ontem a proposta de reajuste salarial de 8% feita pelo sindicato patronal. A conquista equivale a aumento real de 2,82%, considerando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado de 5,04%. A assembleia também definiu reajustes no Piso Salarial e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Os percentuais conquistados garantem os maiores aumentos reais na história dos Químicos do ABC.

Entre 2000 e 2010, a categoria já acumula 15,5% de ganho real nos remunerações. Isso significa a recuperação das perdas salariais da década de 1990, a ampliação da renda da categoria e a base para patamar de conquistas nos próximos anos.

A decisão de ontem garante 8% de aumento para trabalhadores que ganham até R$ 6.276,71. Os funcionários que ganham honorários acima desse valor, receberão bonificação fixa de R$ 502,14 (o que equivale a 2,82% de aumento real, como INPC acumulado em torno de 5,04%). Outra conquista da categoria foi a elevação do piso salarial em 9,2%, passando de R$ 815 para R$ 890, ganho real de 3,96%.

Já o reajuste da PLR foi de 10% sob o valor mínimo, passando de R$ 600 para R$ 660, ou 4,72% de aumento real. "Os reajustes são recordes para a categoria. Os trabalhadores do setor químico do Grande ABC realizaram a melhor campanha reivindicatória da história ao se ter cláusulas bem elaboradas e argumentação qualificada", revela o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage.

O sindicalista lembra que a entidade representa cerca de 40 mil trabalhadores na região, que prestam serviço nas 900 empresas localizadas em todo o entorno do Grande ABC. O reajuste será pago para todos os trabalhadores com data-base em 1º de novembro, exceto os cerca de 2.000 profissionais da indústria farmacêutica, cuja data-base é 1º de abril. da Redação




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