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Aborto e caso Erenice dominam fala de Dilma no JN
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
19/10/2010 | 08:44
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Dos dez minutos reservados para a entrevista com a presidenciável pelo PT, Dilma Rousseff no Jornal Nacional, da Rede Globo, ontem, pouco mais da metade foi voltada para a questão do aborto. Outro tema abordado com afinco foi o escândalo envolvendo a ex-braço-direito da petista na Casa Civil, Erenice Guerra. Mas antes de entrar nas polêmicas, Dilma agradeceu os 47 milhões de votos e enfatizou que foi a segunda mulher mais votada do planeta, perdendo apenas para Indira Gandhi, primeira-ministra da Índia, que morreu em 31 de outubro de 1984.

A presidenciável pontuou, sem quase nenhuma interrupção por parte dos apresentadores, não existir contradição entre sua postura pessoal e de futura presidente. Ela disse ser contra o aborto e que as mulheres só recorrem a ele em "situações limites" e que não deve ser considerado caso de polícia, mas de Saúde Pública. "Não concordo com mudança da legislação que prevê aborto em casos de estupro e risco de vida das mulheres. Um plebiscito seria muito ruim, pois não levaria a consenso, mas dividiria o País. Fiz carta a religiosos dizendo que a legislação pode ser mantida."

Quando o rumo da entrevista mudou para a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra Dilma adotou tom mais contundente, inclusive aproveitando para criticar o concorrente direto José Serra (PSDB). "Há diferença entre nós e meu adversário, que tem acusação gravíssima sendo investigada pela Polícia Federal. Paulo Vieira de Souza (o Paulo Preto) cuidava, na função de diretor (da Dersa), das principais obras do governo do Estado de São Paulo (ele foi exonerado do cargo quando Alberto Goldman assumiu o governo. Teria desviado R$ 4 milhões supostamente destinados ao caixa 2 da campanha tucana). Não houve nenhuma investigação ou processo. Há diferença entre quem investiga e pune e quem acoberta e não pune", ironizou.

Dilma havia argumentado momentos antes que o governo não tem controle total sobre o que acontece, mas o que pode ser feito é investigar, descobrir "malfeito" e punir envolvidos. A petista disse que casos como o de nepostimo ou tráfico de influência podem acontecer, mas frisou mais uma vez que é fundamental haver punição. "A polícia está investigando, 16 pessoas da Casa Civil já depuseram para saber se houve tráfico de influência. Ao que se refere à nomeação de parentes, quem estavam, e grande maioria não estava no governo, foi demitida."

Questionada sobre o apoio do deputado federal Ciro Gomes (PSB) - que teve de desistir da candidatura à Presidência por conta de acordo entre o partido e o PT - no segundo turno, compondo a equipe de coordenação de sua campanha, Dilma respondeu que sempre manteve boa relação pessoal com o deputado. "Ele nos procurou e eu o convidei para almoçar ou jantar em minha casa. Conheço o temperamento do deputado Ciro e entendi que naquele momento ele estava magoado por não ter saído candidato e por isso não me apoiou."

Contudo, Dilma salientou que a mudança de atitude de Ciro se deu por conta do apoio de seu irmão, Cid Gomes, governador reeleito do Ceará, que também ficou ao lado da presidenciável.




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