Política Titulo
Troca de acusações marca debate entre Dilma e Serra
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
18/10/2010 | 08:17
Compartilhar notícia


Pouco se falou de propostas no debate de ontem promovido pela Rede TV! e Folha de S.Paulo entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). No lugar de discussão sobre o que será feito no Brasil nos próximos quatro anos, acusações e ataques mútuos. A petista, porém, pouco mais comedida do que no debate anterior, da Band, no qual efetuou críticas enfáticas ao adversário, o que foi interpretado como certo desespero, pois o tucano vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto.

Nos cinco blocos da atividade, cada candidato fez cinco perguntas para o concorrente. Dilma escolheu o tema privatizações em três oportunidades, matéria que também explora nas propagandas de rádio e televisão. Os outros dois assuntos foram Educação e emprego.

Serra diversificou mais. Indagou a petista sobre trabalho, combate ao narcotráfico, infraestrutura e Saúde. Mas a ênfase ficou mesmo para as críticas de parte a parte.

Ao responder uma das questões acerca das privatizações, o tucano observou ser um assunto eleitoreiro. "Na véspera de eleição vem o PT e a candidata colocarem isso no centro da discussão, por interesse puramente eleitoral. Isso não está na agenda do Brasil. Agora, existe estatais do governo federal que são usadas para fins privados, de um partido ou de uma turma", apontou.

Já Dilma ressaltou que o adversário "tem a mania" de criticar as ações da União, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal cabo eleitoral. "A principal característica do Serra é fazer programa piloto. É fazer pouco para poucos. E nós fazemos muito para muitos."

Os ataques foram tão constantes no debate que os próprios presidenciáveis fizeram comentários. "No lugar de me ofender, o melhor seria ela falar que quando teve reponsabilidade (para fazer obras e projetos) as coisas não aconteceram. No governo da Dilma os investimentos em estradas foram menores do que na década passada. Nunca se investiu tão pouco em estradas", frisou o tucano. Dilma rebateu. "Ele diz que eu o ofendo, mas ele é réu em processo por ter me ofendido", observou, ao completar: "O seu conhecimento da infraestrutura brasileira não é tão aprofundado".

 

COMPARAÇÕES

Comparativos entre os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB - 1995 a 2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT - 2003 a 2010) foram inevitáveis, mas pouco se falou nominalmente dos dois presidentes. Foram citados 11 vezes: oito o tucano (sendo cinco por Dilma) e três o petista (duas pela ex-ministra).

Aliás, as comparações levaram José Serra a reclamar da ausência de propostas. "Voltar toda hora no governo anterior não resolve os problemas que temos pela frente." Dilma, novamente, contra-atacou. "Ele (Serra) não quer que eu compare (os governos) em São Paulo e não olhe para o governo do Fernando Henrique Cardoso, que é o dele. Mas não tem como saber se ele é capaz de fazer, porque quando pôde, fez menos."

No pouco que foi discutido de concreto, Dilma defendeu rede de hospitais de especialidades para diminuir as filas para consultas e exames. Afirmou que implantará 500 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento 24 horas) no País e montará a Rede Cegonha, de atendimento a bebês e gestantes.

Serra, por sua vez, disse que construirá 154 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidade), mas sem deixar de criticar a adversária. "Eles copiam o que já fizemos", concluiu, ao referir-se aos projetos na área de Saúde.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;