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Greve fecha bancos em todo o Brasil hoje
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
29/09/2010 | 07:38
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As agências bancárias do de todo o País estarão fechadas por tempo indeterminado, a partir de hoje. Funcionários das instituições financeiras votaram ontem, em assembleia geral, pela greve - conforme antecipou o Diário. A adesão foi unânime.

A decisão é uma resposta à Fenaban (Federação nacional dos Bancos) que não aceitou discutir as cláusulas da pauta de reivindicação da campanha salarial deste ano, durante as quatro rodadas de negociação. Enquanto a categoria pedia 11% de reajuste salarial, a entidade patronal ofereceu 4,29% (que corresponde apenas à reposição da inflação).

"Estarão em greve os 7.000 funcionários do Grande ABC, das 370 instituições bancárias presentes entre as sete cidades. Vamos fechar as agências e postos de atendimentos e nos manifestar nas ruas dos Centros", enfatiza a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Maria Rita Serrano.

A categoria, com data-base em 1º de setembro, iniciou em agosto a campanha salarial. Desde então, os funcionários e dirigentes do sindicato realizaram mobilizações e pequenas paralisações dentro das agências a fim de conscientizar os trabalhadores e clientes. "Mesmo assim, não foi suficiente para que os banqueiros negociassem de forma decente com a gente. Eles se recusaram a discutir as 100 cláusulas que levamos para serem debatidas", completa Maria Rita.

Além do aumento de 11%, a categoria reivindica PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários, mais R$ 4.000 para cada funcionário, refeição e alimentação no valor de um salário-mínimo (R$ 510), piso salarial de R$ 2.157,88, além de previdência complementar para todos os trabalhadores.

Os bancários pedem, ainda, piso salarial para escriturários de R$ 2.157,88; para funcionários que trabalham na portaria, de R$ 1.510; de caixa, de R$ 2.913; como 1º comissionado, de R$ 3.641; e como primeiro gerente, de R$ 4.855.

Segundo a presidente, as instituições já foram notificadas sobre a possível greve, dentro do prazo legal (de 48 horas). "As providências jurídicas, já foram tomadas. Os trabalhadores estão assegurados", e completa: "Acredito que até semana que vem a Fenaban não marcará outra reunião, então manteremos a greve. Gostaria de estar errada."

A assembleia realizada ontem contou com a presença de 210 pessoas, sendo que desse total, 140 são funcionário da Caixa Econômica Federal, segundo a contagem realizada pelo sindicato regional. A partir de hoje todos os dias terão assembleias.

No País estão em campanha 460 mil profissionais, sendo 130 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.


Banqueiros oferecem apenas a correção da inflação

Na semana passada, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) informou, em comunicado oficial, que com o objetivo de encontrar, no menor prazo possível, os termos finais de um acordo, o patamar de reajuste proposto para avançar nas negociações seria de 4,29%, partindo da reposição dos índices da inflação.

A Fenaban ressaltou ainda que, "os reajustes que forem pactuados neste ano serão aplicados sobre uma convenção coletiva considerada a melhor do País, que assegura aos bancários uma série de ganhos em termos de remuneração e benefícios, tais como: média salarial de R$ 4.111, uma das maiores do País; jornada de trabalho reduzida, de seis horas diárias (30 horas semanais), com semana de cinco dias; PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para todos os trabalhadores."

Segundo o comunicado, com a correção feita com o índice proposto aos benefícios como vale refeição mensal (hoje a passará R$ 371,36), o vale alimentação (de R$ 289,36/mês) e ao auxílio creche (hoje a R$ 207,95/mês - por filho). (Tauana Marin)




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