Em comemoração aos 188 anos da Independência do Brasil, as prefeituras de quatro cidades do Grande ABC promovem hoje desfile cívico e militar. Ao todo, mais de 15 mil pessoas devem desfilar em Santo André, São Caetano, Diadema e Mauá.

Santo André - O desfile será realizado na Avenida Firestone, a partir das 9h. Entre os participantes, estão os alunos das turmas do EJA (Educação de Jovens e Adultos de Santo André). Ao todo, a parada terá aproximadamente 350 integrantes e duração de quatro horas.

São Caetano - O tradicional desfile cívico-militar acontece na Avenida Kennedy, altura do número 2.100. A partir das 9h são esperadas 10 mil pessoas para prestigiar o evento que, com um quilômetro de extensão, será percorrido por cerca de 5.000 pessoas. Em virtude do evento, a avenida será interditada das 7h às 13h, no trecho entre a Praça dos Imigrantes e a Rua Tereza Campanella.

Diadema - Em Diadema o tema do desfile será Meio Ambiente. Mais de 10 mil pessoas são esperadas na Avenida Dr. Ulysses Guimarães, altura do número 3.200, na Vila Nogueira, a partir das 8h. Cerca de 5.500 alunos de creches e escolas das redes pública e particular participarão do evento em comemoração ao 7 de Setembro.

Mauá - Para os moradores de Mauá, a festa também começa cedo. Os festejos, que são realizados desde 2005, terão inicio às 9h no estacionamento do Paço Municipal. Cerca de 5.000 pessoas vão se apresentar, entre alunos de 36 escolas municipais.

A expectativa é de que 3.000 assistam ao desfiles. Banheiros químicos e barracas de comida serão instalados no local.

‘Brasileiros se importam mais com o feriado'
É fato que poucos realmente sabem definir o que é e em que contexto histórico aconteceu a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.

Para o historiador Edmundo Dias, formado pela USP (Universidade de São Paulo) com mestrado em História Econômica, a falta de interesse popular em conhecer a memória do País teve consequências desastrosas na formação dos cidadãos. "A Independência não tem significado ligado à população porque não almejamos isso naquela época. A sociedade não teve participação nenhuma. Hoje, os brasileiros se importam mais com o feriado", sustenta.

Dias traça paralelo entre a conquista da Independência no Brasil com a mesma data em países como Estados Unidos e França. Segundo o especialista, o entusiasmo destes povos em relação à data difere da relação brasileira. "Nos Estados Unidos ou na França, quando acontecem atividades cívicas, é um período de alegria e espetáculo. É diferente. O que é comemorado no Brasil é o feriado. As crianças das escolas desfilam porque são obrigadas. Muitos não conhecem o sentido da data", avalia.

Nos anos da ditadura militar, de 1964 a 1985, as comemorações também eram tímidas, mas Dias ressalta outro motivo para a falta de patriotismo do brasileiro. "Durante a ditadura, a postura era bem formal, a sociedade não exercia papel ativo. Era imposto. A ditadura não é um tipo de governo escolhido pela população. Não tenho saudade de um período em que tinha que adorar meu País na marra", definiu.