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Vida de 'sardinha' nos ônibus da cidade de Mauá
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
09/07/2010 | 08:11
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Seis da tarde. Hora de sair do trabalho e voltar para casa. No escuro terminal de ônibus de Mauá, os usuários do transporte coletivo precisam ter paciência. O tempo médio de espera para conseguir entrar em um ônibus varia entre 40 minutos até duas horas, segundo relatos.

O bancário Lúcio Conceição Machado, 25 anos, chegou ao terminal às 18h. "Qualquer um desses daqui (do corredor) serve para mim. Não consegui pegar dois deles. Vou tentar ir no próximo", declarou. Ele mora no Jardim Quarto Centenário e conseguiu entrar no ônibus que serve a linha Jardim Camargo às 19h.

"É todo dia isso aqui que você está vendo. Poucos ônibus, de uma única empresa, e ninguém respeita ninguém. Todo mundo se atropela", exclamou o professor Nilson José Lima da Silva, 46, enquanto tentava saltar do ônibus Zaíra 4, ontem por volta das 18h30.

Enquanto a equipe do Diário permaneceu no local, nenhum fiscal foi visto para organizar as filas. Em diversos pontos do terminal, a cena se repetia: dezenas de pessoas se aglomerando nas portas dos ônibus para tentar entrar. Para conseguir embarcar, muitos se espremem nas portas, que fecham com grande dificuldade. É o caso da dona de casa Edileuza Maria Pereira, 26, e sua filha de 3 anos. "Estou voltando do médico com ela e agora vamos assim", reclamou Edileuza, que mora no Jardim Serrano.

Esperança - Entre as linhas com mais reclamações está Jardim Esperança. "Aqui não tem respeito. Mesmo com criança a gente não consegue lugar. Há muito tempo é assim. É a pior linha", declarou a auxiliar de escritório Aline Lemes, 21, que há um ano se mudou do bairro para São Miguel Paulista, Capital. Ela esperava pelo transporte com os dois filhos e a mãe, moradora do bairro de Mauá.

Segundo Manoel Adair, gerente da Viação Cidade de Mauá, que assumiu 65% da frota do município, cinco ônibus operam na linha. Porém, na sala de monitoramento via GPS constatou-se três veículos em operação. "Um quarto carro está na garagem, em período de janta, aguardando horário para se dirigir à plataforma", relatou Amauri da Costa, supervisor de controle de tráfego.

"Fizemos várias melhorias desde agosto de 2009, quando assumimos. Temos uma nova política. Monitoramos 100% da frota, implantamos novo sistema de bilhetagem eletrônico e 65 novas coberturas de pontos de ônibus", explicou Costa.

A empresa também possui um canal de comunicação com o usuário para receber reclamações: 0800 771 7182, das 4h à 0h, além de dois atendentes no terminal. O número, porém, não atendeu ontem, após várias tentativas da reportagem.




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