O único representante do tucanato da Câmara de Mauá, Adimar José da Silva, o Edimar da Reciclagem, que atualmente integra a base aliada do governo Oswaldo Dias (PT), declarou que diante da atual situação do município é melhor fazer oposição.

O vereador fez publicamente inúmeras críticas ao governo petista e deixou claro que a mudança de lado é quase certa após as eleições de outubro ou antes, na volta do recesso parlamentar, no próximo mês.

Desde que Oswaldo assumiu a Prefeitura no início de 2009, Edimar sempre votou com os situacionistas. Porém, nesta semana o tucano, que também é presidente da sigla na cidade, resolveu adotar a linha de seu partido, adversário voraz do PT. "Quero registrar meu descontentamento com a atual gestão que está andando a passo de tartaruga.Transparência está muito aquém. Votei a favor dos projetos contrariando meu partido e correndo o risco de sofrer punições porque acreditei no projeto do prefeito."

O apoio do grupo do parlamentar começou ainda durante o segundo turno das eleições municipais de 2008. Contrariando as orientações do PSDB o então candidato a prefeito Diniz Lopes apoiou a campanha de Oswaldo. Quando da eleição do petista, Lopes foi o principal articulador para que a sigla municipal ficasse ao lado do prefeito, o que lhe rendeu o cargo de superintendente do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e alguns cargos na administração aos correligionários, inclusive para Edimar. Mais tarde Diniz Lopes trocou o PSDB pelo PR, partido pelo qual sairá candidato a deputado estadual nas eleições de outubro e se licenciou do Sama. Procurado, Diniz Lopes não retornou às ligações.

Edimar votou a favor do governo no último projeto encaminhado pelo Executivo no semestre, mas foi enfático. "Não sei como voltarei em agosto. Assim é melhor fazer oposição."

O tucano listou série de reclamações feitas, segundo ele, por moradores. "Quem fala é o povo e não eu. Projetos só estão onerando ainda mais o bolso do nosso povo. Vemos maquiagem, placa de obras aqui e ali."

Edimar também destacou a falta de programa de prevenção às chuvas que no início do ano fez vítimas fatais em Mauá por conta de desmoronamentos. "A Defesa Civil dá cobertor e cesta básica para família e não atende a família de forma adequada. É preciso ter ação. Não adianta cortar o dedo e amarrar com pano."

O vereador continuou desferindo contra a administração ao dizer que a gestão petista argumenta que não tem verba, mas arrecada cada vez mais com taxas como a CIP (Contribuição sobre Iluminação Pública).

Procurado, o líder governista, Rômulo Fernandes (PT), não foi localizado.