Resistência. É com essa palavra que o poeta andreense Zhô Bertolini defende sua opção por publicar livros independentes. "Serei alternativo mesmo", completa.

O artista lança amanhã, às 18h, na Alpharrabio Livraria, em Santo André, sua nova produção, Vagamundo. É um livreto de 32 páginas, simples e bem cuidado, com poemas antigos e inéditos. No evento - que integra a programação de aniversário de 18 anos da Alpharrabio - estará à venda por R$ 5.

Zhô é um ser poético. Basta uma conversa para perceber sua capacidade de transformar tudo em poesia. Basta ler seus versos.

É como bem define o poeta Tarso de Melo em texto na contracapa de Vagamundo. "Não cai bem o paletó do maço-de-folhas-preso-entre-capas a alguém que sai à rua caçando metáforas, fisgando rimas, desvendando os lugares em que ainda respiram a vida e a poesia - ou a poesia-vida ou a vida-poesia ou a poe(vida)sia, já que é esta a muamba que Zhô trafica".

Para o autor, a matéria-prima de sua arte pode estar em qualquer lugar, como em um bate-papo com um amigo. "Estava num café com Guedo (Gallet) conversando sobre os anos 1970 e quando cheguei em casa escrevi este Pós-Soneto", conta Zhô. Ainda olhando para o poema, como revendo seu momento de criação, ele completa: "Não tenho culpa que saiu um soneto".

Sentado num banco, observando o movimento, lhe veio inspiração para Cara Limpa. "Minto que brinco/ neste brilho purpurina/ minto que brinco/ neste chão que me alucina", diz um trecho.

Transformar o mundo em versos tem, para Zhô, uma razão especial: "É o fator mágico da questão poética. Você alivia!".

A concepção editorial do livreto Vagamundo o poeta divide com Jurema Barreto de Souza. O projeto gráfico é Luzia Maninha, capa de Perkins T. Moreira e fotografia de Marcelo Vitorino.

Vagamundo Lançamento de livro. Amanhã, às 18h. Alpharrabio Livraria - Rua Eduardo monteiro, 151, Santo André. Tel.: 4438-4358.