Entrevistados pretendem fazer o que têm paixão com maior independência e melhor remuneração
Formar-se na faculdade, passar por processo de seleção e conquistar a carteira de trabalho assinada, com benefícios, bom salário e uma carreira promissora. Nada disso. Esse não é o sonho de grande parcela dos jovens após concluírem o Ensino Superior.
Atualmente, o cenário é bem diferente: 82% dos universitários desejam se tornar empreendedores; 34% acreditam que essa é a forma apropriada para ter liberdade e 30% esperam obter um salário de acordo com o resultado. É o que apontam os resultados da Terceira Pesquisa de Emprego, com 8.170 pessoas, realizada pela Universia (rede de colaboração universitária), e pelo Trabalhando.com, portal de emprego.
O levantamento mostra a importância de se ter paixão pelo que se faz: 27% empreenderiam simplesmente para fazer o que mais gostam.
“A nova geração quer desenvolver, criar seus próprios produtos, marcas. Estão em busca de inovação, principalmente quando falamos de tecnologia, games. As redes sociais, o uso da internet, fomentam isso”, analisa Alexsandra Bentemuller, gerente de conteúdo da Universia Brasil.
Ela explica que a forma de pensar dos novos universitários é diferente. “São pessoas mais intuitivas e que aceitam arriscar mais, apesar de serem bastante positivos quanto à possibilidade de o negócio dar certo.”
O estudo revela também os principais desafios apontados por quem quer montar um negócio próprio. Do total de entrevistados, 33% identificam a dificuldade em conseguir clientes; 32% acreditam que o problema é a incerteza inicial para começar um projeto; para outros 29% o grande dilema é obter o investimento financeiro; e para a minoria (6%), liderar um grupo de pessoas é o maior dilema.
O questionário também aborda a seguinte questão: qual é o principal obstáculo para realizar um empreendimento no seu País? A maioria (55%) apontou a situação econômica, a carga tributária e a falta de créditos como os principais empecilhos; já 22% dos jovens citam as questões burocráticas para iniciar um negócio autônomo.
EDUCAÇÃO
Um alerta às instituições de ensino foi dado pelos resultados obtidos: 44% dos entrevistados sinalizaram que a universidade onde estudam não tem projetos de apoio ao empreendedorismo, o que sugere que há espaço para o segmento da educação investir na questão.
Apenas 4% afirmaram que onde estudam há professores capacitados a ministrar disciplinas de empreendedorismo e 10% apontaram que existem incubadoras para iniciarem seus projetos.
Outro ponto interessante extraído do estudo derruba o mito de que as pessoas querem ter seus próprios negócios para se livrar dos chefes. Dos respondentes, 9% afirmaram que empreenderiam para não ter um chefe; e 75% confirmaram que aceitariam ter o ex-superior em suas redes sociais.
A fórmula para empreender parece passar por três pontos primordiais: formação, criatividade e capital.
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