De cara, o vizinho não tem nada de santo. É turrão, bebe demais. E deve ser chegado numa perversão, porque faz sexo com a prostituta russa que está grávida. De tão bêbado, quebra a cerca ao tentar estacionar o carro. Chegam Melissa McCarthy e o filho e ele dá um jeito de creditar o estrago a ela. Logo, assume também o encargo de bancar o babysitter do garoto, enquanto a mãe trabalha num hospital, reiniciando sozinha a vida pós-divórcio.
A santidade do título tem a ver com a escola religiosa em que o garoto estuda e com o professor que propõe aos alunos que encarem o tema numa perspectiva contemporânea, buscando santos ao redor. Nosso garoto resolve santificar Murray. As informações esparsas sobre o personagem - a mulher terminal, a participação na guerra (do Vietnã) - vão sendo organizadas e sistematizadas. No final, sabemos bastante sobre os personagens de Murray, Melissa (a mãe) e Naomi Watts (a prostituta). As atrizes são ótimas, criando personagens pouco usuais, Murray é muito bom, como sempre, mas a surpresa - o diferencial - é o garoto.
Jaeden Liberher não apenas faz a ponte entre o velho e a mãe. O garoto possui uma compreensão mais madura que a dos adultos. Não é um filme sobre santidade. É sobre humanidade. Um oratório laico, na tradição de Roberto Rossellini. O diretor Melfi parece cria do italiano.
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