Setecidades Titulo Medida Protetiva
Caso de violência doméstica corre em segredo de Justiça

Moradora de Santo André alega ter sido vítima durante anos do marido, integrante do Coren-SP

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
13/07/2017 | 07:00
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 Ele puxava cabelo, chutava com o peito do pé e ainda explicava como fazia e porque não iriam acreditar em mim.” A frase, da desempregada Eliane Nunes, 31 anos, de Santo André, exemplifica o caso de violência doméstica que a mesma sofreu com o marido, integrante do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo). A denúncia, feita em 23 de junho, corre em segredo de Justiça, segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

O acusado é ativista de campanhas contra a violência sofrida em ambiente de trabalho. A defesa pediu medida protetiva, que deve sair ainda hoje. Segundo a vítima, que ontem concedeu entrevista ao lado do advogado, o relacionamento começou de forma tranquila, em 2013, mas se complicou ao longo do tempo.

No dia 22 de junho, Eliane saiu de casa para morar com os pais e registrou Boletim de Ocorrência no dia seguinte. A última vez que teve contato com o acusado, ela havia dito ao companheiro que sairia de casa devido à violência. À noite, após receber chutes e puxões de cabelo, foi salva por entregador de pizza. “Quando ele (marido) desceu para pegar a pizza, fez questão de levar minha chave do carro e me deixou trancada em casa. Sorte que esqueceu meu celular. Foi quando fiz chamada de áudio com a minha mãe.”

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado afirmou que a Polícia Civil de Santo André disse que a vítima “registrou um boletim no dia 23 de junho, na DDM (Delegacia da Mulher) da cidade, contra o agressor e foi orientada quanto ao prazo de representação contra o agressor. A mulher pediu diretamente à Justiça medida protetiva”.

O conselho de enfermagem afirmou, em nota, que repudia a violência presente de diferentes formas na sociedade. A instituição respondeu que “sobre situações de cunho pessoal não relacionadas ao exercício profissional, não compete ao Coren-SP se manifestar, tendo em vista que elas devem ser conduzidas pelas instâncias cabíveis.”.

A equipe de reportagem do Diário tentou contato telefônico com o acusado, mas não obteve sucesso até o fechamento desta edição.




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