A discussão em torno de ações de recuperação e proteção ao meio ambiente está, já há um bom tempo, colocada sobre mesas ao redor do mundo, inclusive de organismos que reúnem lideranças de praticamente todos os países, desde aqueles que pouco contribuem para a poluição quanto daqueles que são os maiores vilões nas agressões à natureza e, por conseguinte, a todos os seres vivos que habitam a Terra. Infelizmente, as ações andam a passos de tartaruga, sobretudo no que tange às obrigações dos governantes, e não acompanham a urgência com que deve ser tratado tema de relevante interesse para um planeta que morre um pouco a cada dia.

Exemplo de que o meio ambiente também não ocupa o espaço que deveria no rol de preocupações de administradores públicos que comandaram as sete cidades do Grande ABC ao longo do tempo é o relatório da Cetesb, que mostra aumento de 121,67% no número de áreas contaminadas entre 2005 e 2015, que saltou de 180 para 399. São indicadores que assustam, sem dúvida, principalmente porque a curva deveria ser decrescente, não o contrário. E a situação é ainda mais preocupante quando se sabe que o relatório aponta que quatro das 13 áreas no Estado listadas como críticas estão aqui na região.

Assim como essas quatro, outros 41 locais apresentam contaminação no solo ou em águas subterrâneas com substâncias que oferecem riscos à saúde ou ao meio ambiente, a esmagadora maioria postos de combustíveis. No caso das áreas críticas, três abrigaram lixões industriais sobre os quais foram construídas moradias que hoje abrigam milhares de famílias, enquanto a outra ainda está condenada porque o terreno continua contaminado com o produtos químicos BHC (defensivo agrícola hoje proibido) e mercúrio.

A se julgar pelo nada que foi feito no passado, a tendência é que a cada ano a população do Grande ABC veja uma lista maior de áreas contaminadas. A não ser que os atuais governantes arregacem as mangas e se coloquem à frente na luta pela proteção ao meio ambiente.