Economia Titulo Crise
Sindicato pedirá reintegração à Volkswagen

Caso demitidos tenham direito à estabilidade,
entidade garante que vai tomar medidas necessárias

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
23/04/2014 | 07:22
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Celso Luiz/DGABC


O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC garantiu que vai avaliar caso a caso dos 21 demitidos da unidade de São Bernardo da Volkswagen e, caso seja comprovado o direito à estabilidade desses trabalhadores, pedirá à montadora reintegração.

Na quarta e quinta-feira da semana passada, a empresa dispensou os profissionais que, em conversa com a equipe do Diário, revelaram ter sofrido acidentes na fábrica e herdado sequelas ou desenvolvido doenças do trabalho. Acordo coletivo entre o sindicato e a Volks prevê estabilidade para trabalhadores nestas situações.

“O sindicato vai dar a assistência jurídica necessária aos profissionais. Vamos verificar a situação de cada um. Para aqueles que estiverem garantidos pela convenção coletiva ou pelo acordo firmado entre o sindicato e a empresa, vamos argumentar junto à companhia para que seja feita a reintegração”, afirmou o secretário-geral da entidade, Wagner Santana.

Ele acrescentou que buscará o Judiciário se a montadora não readmitir os trabalhadores, mesmo com previsão em acordos. “Caso a fábrica insista na demissão, encaminharemos o processo jurídico necessário para a reintegração desses trabalhadores.” Procurada novamente, a Volks informou que não comentará o assunto.

CAMINHÕES

O presidente do sindicato, Rafael Marques, acredita que a Mercedes-Benz aguarda o resultado da adesão ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) na fábrica de São Bernardo, para definir como será a redução da linha de produção de caminhões e quantos trabalhadores sairão de licença remunerada em 5 de maio. “Pode ser que esse número influencie na decisão da montadora”, destacou.

A Mercedes abriu o PDV no dia 7. Informou que o prazo para a adesão segue até 9 de maio. A montadora informou que o programa é destinado à cerca de 9.500 funcionários horistas. Reconheceu também, por meio de comunicado divulgado aos trabalhadores, que há um excedente de 2.000 contratados na planta são-bernardense.

Mercadante se interessa por proteção

Após encontro com o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, disse que o chefe da Pasta está interessado em reanimar a discussão sobre a adesão do projeto de proteção ao emprego conforme sistema alemão. “A reação dele foi muito boa. Ele disse que já tinha se informado na Casa Civil sobre esse projeto, que parece estar em desenvolvimento por lá”, explicou Marques.

Esse modelo de proteção garantiria, em momento de crise reconhecido pelo governo federal e pelos sindicatos envolvidos, redução na jornada de trabalho de 20% a 50% e também nos salários, com participação do Executivo federal nos pagamentos. “Tudo isso previsto em convenções e acordos coletivos com as empresas”, destacou Marques. Desta maneira, os custos para as montadoras seriam reduzidos por mais tempo, além da média de cinco meses do lay-off atual. Sem data marcada, revela Marques, as centrais sindicais devem levar a proposta à presidente Dilma Rousseff.




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