O jogo era encarado pelo São Paulo como a chance de se aproximar dos líderes e provar que tem condições de sonhar com algum título - ficou em quinto lugar, com chances de cair até o fim da rodada, com 27 pontos. O choque de realidade, porém, foi grande e mostrou o quanto a equipe ainda está degraus abaixo do Atlético - líder com 35 pontos, dois a mais que o Corinthians -, principalmente quando o assunto é eficiência.
Fã do rodízio de jogadores, o técnico colombiano Juan Carlos Osorio surpreende na escalação a cada rodada e não tem acertado. Se no último domingo apostou em Lucão como volante, nesta quarta-feira escolheu Michel Bastos para a função. O líder em assistências do time ficou recuado demais e pouco produziu.
A surra do primeiro tempo puniu quem perdeu inúmeros gols e não aprendeu com as falhas. Enquanto o ataque dava um show de desperdício, a defesa com três zagueiros não se entendia no posicionamento e muito menos em como conter Lucas Pratto. O centroavante argentino precisou fazer três gols para o São Paulo se dar conta do quanto estava errado.
O placar de 3 a 0 no intervalo se resumiu em competência. O São Paulo impressionou ao ameaçar o líder com posse de bola, marcação adiantada e ótimas chances. Alexandre Pato obrigou o goleiro Victor a fazer milagre, perdeu outras duas oportunidades claras e Paulo Henrique Ganso ainda acertou um chute na trave.
Só que em poucos ataques, o Atlético resolveu o jogo como queria. Sem cobertura nas alas, muito ofensivo e com a zaga perdida, o São Paulo virou presa fácil para Lucas Pratto enfileirar gols e quase sempre conseguiu definir as jogadas desmarcado.
O vexame anunciado lembrou a goleada sofrida diante do Palmeiras, no último mês, e fez Osorio acordar. O colombiano desfez no começo do segundo tempo o esquema com três zagueiros. Hudson saiu, Rodrigo Caio passou a ser volante e a marcação ficou um pouco mais organizada com a linha de quatro na defesa.
O time só continuou exposto porque manteve a postura ofensiva e a decisão deu certo. O gol de cabeça de Alexandre Pato, aos 13 minutos, deu um alento ao time e recolocou o Atlético em alerta para evitar a reação. As duas equipes passaram a ter mais chances e obrigaram os goleiros a trabalhar. Rogério Ceni teve destaque e fez duas boas defesas que salvaram o time de levar o quarto gol.
A reação parou no primeiro gol e, ainda atordoado, o São Paulo só precisou esperar o fim do jogo. Pelo menos a equipe terá 10 dias até voltar a campo e demonstrar contra o Corinthians, no estádio do Morumbi, que pode ameaçar os líderes do Brasileirão. Já o Atlético tentará se manter na ponta contra o Goiás, em Goiânia, também no dia 9 de agosto.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 3 x 1 SÃO PAULO
ATLÉTICO-MG - Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete, Cárdenas (Carlos) e Giovanni Augusto; Thiago Ribeiro (Danilo Pires) e Lucas Pratto. Técnico: Levir Culpi.
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Rafael Toloi, Rodrigo Caio e Lucão; Thiago Mendes, Hudson (Centurión), Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos e Reinaldo (Auro); Alexandre Pato e Luis Fabiano (Boschilia). Técnico: Juan Carlos Osorio.
GOLS - Lucas Pratto, aos 19, aos 25 e aos 43 minutos do primeiro tempo; Alexandre Pato, aos 13 minutos do segundo tempo.
CARTÃO AMARELO - Thiago Mendes (São Paulo).
ÁRBITRO - Dewson Fernando Freitas da Silva (Fifa/PA).
RENDA - R$ 1.798.010,00.
PÚBLICO - 47.606 pagantes.
LOCAL - Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.