Os investidores que fazem parte da ação compraram papéis da JBS em Nova York entre 2 de junho de 2015 e 17 de março de 2017. A ação conjunta, ou class action, como é conhecida nos EUA, aponta que os preços desses ativos financeiros foram "inflados artificialmente" de forma deliberada pela companhia, por Batista e Tomazoni.
"Executivos da JBS pagaram propinas para reguladores e políticos para subverter inspeções de alimentos de suas fábricas e a supervisão de práticas sanitárias, como o processamento de carne podre e dirigir plantas com rastros de salmonela", aponta a ação conjunta. "De acordo com autoridades brasileiras, a JBS 'não se importava sobre a qualidade da carne ou alimentos'." E o documento enfatiza que "os acusados falsificaram documentos relativos a exportações para Europa, China e Oriente Médio."
Nesse contexto, a ação conjunta aponta que as informações prestadas pela companhia e seus principais executivos enganou o juízo dos investidores, o que provocou perdas financeiras substanciais.
Prazo
A ação pode levar de dois a quatro anos para ser julgada, com base em casos semelhantes analisados pelo Judiciário americano, comentou Phillip Kim, sócio do escritório de advocacia Rosen Law Firm, que defende os investidores. "Mas o tempo exato que levará não é possível precisar neste momento", apontou.
"Trata-se de uma ação forte e acreditamos que tem todas as condições para vencer na Justiça, dadas as evidências expostas na ação, que tratam de atividades de corrupção que provocaram expressivos prejuízos financeiros aos investidores", comentou Kim. A ação foi movida na corte do distrito leste de Pennsylvania, Estado americano onde a companhia tem operações. "As autoridades no Brasil apontam irregularidades muito sérias realizadas por atos de corrupção pela companhia e isso trouxe consequências negativas aos preços de ativos adquiridos pelos investidores", disse Kim.
Procurada, a JBS não se manifestou até o fechamento desta edição.
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