Bumlai foi preso preventivamente na última terça-feira, 24, na 21ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi detido em um hotel em Brasília, horas antes do depoimento que prestaria à CPI do BNDES. Na ocasião, o juiz federal Sérgio Moro pediu desculpas ao presidente do colegiado pela coincidência e colocou o pecuarista à disposição da CPI para que fosse ouvido a partir da próxima semana. O depoimento, então, foi remarcado para terça-feira. Amigo do ex-presidente Lula, o pecuarista é acusado de intermediar empréstimo para o PT com o Banco Schahin e de contrair e não pagar empréstimos com o BNDES.
"Em que pede o adiamento da tomada de seu depoimento, o peticionário, entendendo que sua posição atual é efetivamente de investigado, já adianta que exercerá seu direito constitucional de permanecer calado diante das perguntas dos deputados, pois se reservará a prestar os esclarecimentos necessários em juízo", afirmam os advogados. Como mostrou mais cedo o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o juiz Sérgio Moro intimou a Polícia Federal para que ouça Bumlai até a próxima segunda-feira, 30, "diante do desejo manifestado pelo investigado de que seja ele inquirido sobre o objeto da investigação".
"Diante do exposto e ressaltando que o peticionário exercerá seu direito constitucional de permanecer em silêncio, é a presente para requerer a dispensa de seu comparecimento perante à essa Comissão Parlamentar de Inquérito, especialmente para evitar custos e esforços desnecessários à administração pública", escreveu a defesa. O medo dos advogados é de que o pecuarista seja execrado pelos parlamentares do colegiado que, mesmo com o empresário em silêncio, deverão fazer perguntas e colocações com possíveis ofensas a José Carlos Bumlai.
Ao Broadcast Político, o presidente da CPI do BNDES afirmou nesta sexta-feira que respondeu aos advogados do pecuarista reconhecendo o direito do acusado de permanecer calado, mas negando a dispensa do empresário. De acordo com o peemedebista, o depoimento está mantido para esta terça-feira, às 14h30. "Informamos que manteremos a oitiva e que, se ele decidir pelo silêncio, é legalmente um direito que lhe assiste", afirmou Marcos Rotta à reportagem.
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