No Grande ABC, 7,9% dos moradores com 70 anos o mais, continuam no mercado de trabalho. Isso significa que dos 132.716 idosos acima dessa faixa etária, 10.485 têm de complementar a renda de aposentadoria ou aluguel, por exemplo, para sobreviver.

Esse percentual é quase a metade da média brasileira, de 14%, segundo a pesquisa Longevidade, da Zhuo Consultoria e Giacometti Comunicação. Na região, os dados foram obtidos a partir de recorte da Pesquisa Socioeconômica do Inpes (Instituto de Pesquisas), da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). Os números têm como referência cruzamento com informações da Fundação Seade.

Apesar de as metodologias das pesquisas serem diferentes, o gestor do Inpes, Leandro Prearo, avalia que a comparação entre os estudos mostra resultado muito positivo à região. “Podemos dizer que no Grande ABC a qualidade de vida deste idoso está mais preservada (em relação à média nacional).” Isso se deve, em grande parte, à economia do Grande ABC, que proporciona melhores condições de vida para as famílias, tendo em vista que cerca da metade delas pertence à classe socioeconômica B.

PERFIL - Prearo aprofundou a análise sobre o grupo e chegou a um perfil desses trabalhadores mais experientes. “Esse pessoal, em sua maioria, é autônomo e trabalha no setor de serviços”, revelou.

Além disso, a atividade laboral que exercem gera, em média, remuneração de R$ 1.600, que, somada a outros proventos, faz com que eles tenham renda média mensal total de R$ 3.287.

Por outro lado, Prearo fez um alerta. “A parte ruim é que essas pessoas estão trabalhando por necessidade. Eles precisam de mais dinheiro porque, muitas vezes, sua aposentadoria não é suficiente para arcar com suas despesas (como plano de saúde e medicamentos).”