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Falha em dados da Rais inflam emprego em 2013
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/09/2014 | 07:00
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A falha em informação prestada por uma indústria (o nome da empresa não foi revelado) de São Bernardo em 2012 para a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho, acabou inflando o saldo de empregos gerados no município em 2013 em 10,7 mil vagas, na comparação com o ano anterior. O ministério foi alertado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatística Socioeconômicas) de que havia a discrepância, com a ausência desses vínculos empregatícios em uma fabricante de veículos – que foram contabilizados dois anos atrás, por código errado, como sendo de Alexânia, em Goiás, em vez de constar no município da região.

Apesar do incidente, as tabelas geradas no sistema da Rais (que é o informe com os dados de empregos e remuneração passados obrigatoriamente por todas as empresas formais ao governo) não foram alteradas. No lugar disso, a Pasta apenas incluiu nota técnica no site, para comunicar o erro. Dessa forma, quem consultava, neste ano, as informações das tabelas da Rais 2013, disponibilizadas há poucos dias, verificava a abertura de 25 mil postos no Grande ABC no ano passado frente a 2012. Mas houve, de fato, o incremento de 14.580 empregos na região. Isso porque as indústrias dos sete municípios abriram 4.281 vagas, e não 14.781, como consta no sistema do ministério.

Mesmo incluindo a informação que faltou, o setor industrial permanece como o que teve maior abertura de vagas em 2013, embora fique em segundo lugar em quantidade de empregos existentes. Reúne, em sua base, 258,5 mil, contra 332.866 dos serviços, que cresceu um pouco menos (3.242 postos) no ano passado.

“A indústria automotiva teve em 2013 um bom ano”, observa o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, o professor Ricardo Balistiero. Segundo ele, no ano passado, o setor ainda era impulsionado pelas compras da Argentina, pela atividade econômica interna, que vinha em crescimento e por melhores condições de créditos – a Selic (a taxa básica de juros) era menor do que hoje.

“A indústria brasileira cresceu 1,3% em 2013, e grande parte disso se deve a bens duráveis, como os automóveis”, destaca o delegado regional do Corecon (Conselho Regional de Economia) no Grande ABC, Leonel Tinoco. O setor automobilístico ampliou a produção de veículos em 9,9% no ano passado. Em 2012, o segmento decresceu 0,4% em relação a 2011.   




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