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Inquérito mostrará que o que está citado em delação não é verdadeiro, diz Maia
15/03/2017 | 14:10
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Incluído na lista dos políticos com pedido de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira, 15, que a investigação vai mostrar que o que foi citado contra ele por delatores da Odebrecht não é verdadeiro. De bom humor, Maia prevê que seu inquérito será arquivado.

Ele lembrou que já havia vazado parte de sua citação. "Para mim, o inquérito é muito importante porque vai me dar as condições para que eu esclareça os fatos, provando que não há nada contra mim, minha conduta e minha história. E o inquérito será arquivado", disse.

O deputado acredita que a lista não vai atrapalhar as votações importantes para o governo e que o Congresso vai continuar trabalhando pelas reformas previdenciária, trabalhista e política. "Eu tenho certeza que a Câmara vai conseguir separar uma coisa da outra e continuar as suas votações", finalizou.

Caixa 2

Após participar de uma reunião sobre reforma política no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara afirmou que pode colocar para votar um projeto de anistia à prática de caixa 2, desde que a proposta seja discutida de maneira transparente com a sociedade.

"Qualquer tema pode ser pautado, não tenho objeção a nenhum tema, contanto que ele seja feito com nome, sobrenome e endereço fixo. Eu acho que essa é a questão que falta neste debate", disse.

Na sessão de terça-feira, Maia foi cobrado por deputados a se posicionar contra a matéria. Desde o ano passado, diante das novas revelações das delações da Odebrecht na Operação Lava Jato, parlamentares vêm tentando aprovar uma proposta que beneficie os políticos que utilizaram dinheiro não contabilizado em campanha. Nenhum deputado, porém, assume a autoria da iniciativa.

As articulações sobre o tema voltaram a ganhar força depois que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réu o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A acusação é que os R$ 500 mil doados oficialmente pela construtora Queiroz Galvão à campanha de Raupp ao Senado em 2010 seriam "propina disfarçada".

Lista fechada

Maia também afirmou que, na próxima quarta-feira, deputados e senadores irão se reunir com conselheiros do TSE, como o cientista político Jairo Nicolau, para discutir mudanças no sistema político eleitoral.

Segundo ele, como não há mais clima, após a Lava Jato, para a volta do financiamento empresarial, será preciso migrar para o financiamento público e mudar o sistema eleitoral. "O financiamento de pessoa jurídica volta no Brasil? Não. Nós temos cultura de financiamento de pessoa física? Não. Nós vamos ter que caminhar para o financiamento público. Democracia precisa de dinheiro", disse.

O modelo defendido por Maia e que vem ganhando força é o de lista fechada, pelo qual os eleitores não escolhem mais o candidato, mas sim optam por uma lista de nomes pré-estabelecida pelos partidos políticos. "Esse é um sistema de controle muito mais fácil, muito mais simples, e eleições muito mais baratas, que é realmente o que a sociedade espera neste momento", defendeu.

Segundo ele, após a reunião da próxima semana, os projetos serão tocados no âmbito da comissão de reforma política que já está instalada na Câmara. Para que as mudanças no sistema eleitoral passem a valer nas eleições de 2018, elas precisam ser aprovadas até o dia 2 de outubro.




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