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Esgoto é lançado na Praia de Ipanema
Por Do Diário do Grande ABC
14/01/1999 | 19:53
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A Companhia Estadual de Aguas e Esgotos (Cedae) do Rio detectou o rompimento de um pilar do emissário submarino de Ipanema, na zona sul da cidade. A estimativa da companhia, baseada em acidentes anteriores, é de que 86,4 mil litros de esgoto estejam sendo lançados diariamente no mar, a apenas 900 metros da praia. "A maré está sendo capaz de dispersar os dejetos e nao afeta o banhista", acredita o diretor de Esgoto da Cedae, Cezar Scherer.

Com o rompimento do pilar, um trecho da tubulaçao envergou até o fundo do mar, abrindo uma fresta na junta que liga os tubos. "Estamos de dedos cruzados para que as correntes marítimas nao rompam a tubulaçao do emissário submarino, causando um acidente ecológico", afirmou o presidente da Cedae, Marcos Montenegro.

Ainda nao se sabe ao certo a quantidade de esgoto que está vazando, nem há quanto tempo, já que desde agosto nenhuma vistoria era feita no sistema de tubulaçao. "O governo passado nao renovou o contrato com a empresa que faz a inspeçao", explicou o presidente da Cedae. O emissário recebe esgoto de 2,5 milhoes de residências e lança ao mar seis toneladas de dejetos por segundo, a 4,3 quilômetros da praia, onde as correntes dispersam a poluiçao. No caso de um rompimento maior, a apenas 900 metros da beira do mar, as correntes poderiam espalhar o esgoto pelas praias do Leblon e Ipanema, na zona sul, obrigando a Secretaria Estadual de Meio Ambiente a interditá-las.

Nesta quinta-feira, o presidente da Cedae, o secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, e uma equipe da Fundaçao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) estiveram no local do rompimento colhendo amostras da água. A situaçao foi considerada "aparentemente normal" nos testes de transparência, salinidade, temperatura e oxigênio dissolvido - quanto menor o índice de oxigênio, maior a poluiçao. O exame que mede a quantidade de coliformes fecais fica pronto sábado. "Nao acredito que o vazamento seja grande, porque a água das praias da orla continuam próprias para banho", afirmou Corrêa.

O rompimento foi descoberto em uma inspeçao de rotina, na terça-feira. Para evitar que o rompimento aumente por causa da força do mar, a Cedae vai escorar a tubulaçao para imobilizá-la. As obras devem começar na semana que vem e durar cerca de 15 dias. A recuperaçao definitiva do pilar deve ficar pronta em dois meses. Este foi o décimo acidente nos 24 anos de funcionamento do emissário submarino.




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