Equipamento prometido para abrir no segundo
semestre de 2015 está longe de ser entregue
O Complexo Hospitalar da cidade de Ribeirão Pires está longe de ser entregue e já fez cair por terra a promessa do prefeito Saulo Benevides (PMDB) de inaugurar até dezembro. Localizado ao lado da Secretaria de Saúde e Higiene e de uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), o equipamento, que teria capacidade para 123 leitos, só foi parcialmente construído, tendo apenas a estrutura das torres principais consolidadas, sem acabamento, utensílios hospitalares ou mesmo funcionários da empreiteira trabalhando.
Além de infraestrutura ainda precária, também é possível encontrar escadas de madeira abandonadas e placa escondida que sinaliza que ali estão sendo realizadas as obras do Complexo Hospitalar. Não há segurança, possibilitando a entrada de pessoas dentro da construção, que apenas tem sua entrada bloqueada por algumas tábuas de madeira já apodrecidas.
Iniciada em 2008 após liberação de R$ 14,4 milhões pelo governo estadual, mas paralisada em 2013 sob a alegação de dificuldades financeiras da Prefeitura, a obra permanece apenas esqueleto cercado por vegetação alta e córrego sujo, quase como estava em fevereiro, quando o governo Saulo anunciou a retomada e agilização da construção para o segundo semestre – prazo já foi descumprido.
Para dona de um prédio ao lado do local do empreendimento Elvira Molica, 67 anos, a preocupação é com possíveis complicações trazidas pela falta de cuidados com o mato que cresce ao redor. “A gente tem medo de ter onça aí. Você viu como é que está esse trem aqui? Puro mato. Está um cheiro nesse banheiro, está tudo entupido porque a água (do córrego) sobe tudo aqui, entra para cá e entope”, contou. Além do problema com a vegetação, Elvira também não vê agilidade nas obras do complexo. “Às vezes para, recomeça e torna a parar. Não está indo muito depressa, não.”
O mecânico Nelson Aparecido da Silva, 57, reforçou os problemas com o córrego. “De vez em quando, quando chove, transborda. A gente nota que o pessoal não cuida muito, né”, detalhou. Trabalhando no local há 35 anos, Silva acompanhou o andamento da obra desde o início e relatou que os funcionários voltaram a trabalhar há um mês. “Se fosse hospital municipal, maternidade, com operações, que não precisasse a pessoa ir para o (hospital) Mário Covas, em São Paulo, seria bem mais fácil. Eu acredito que tem porte para isso”.
No início de 2015, a Prefeitura de Ribeirão conseguiu compromisso do Ministério da Saúde para custear 70% do Complexo Hospitalar e pleiteava mais R$ 7,3 milhões do governo do Estado para concluir a obra, que está sendo erguida numa área de aproximadamente 15 mil metros quadrados.
Apesar do investimento já realizado, a Prefeitura alega, em nota, que depende do governo federal para continuar a construção. “Desta forma, se o governo demora para repassar a verba, a obra não pode ter encaminhamento. Não há previsão para conclusão.”
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