Política Titulo Saúde na UTI
Complexo Hospitalar segue em ritmo lento em Ribeirão

Equipamento prometido para abrir no segundo
semestre de 2015 está longe de ser entregue

Vitória Rocha
Especial para o Diário
08/02/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC:


O Complexo Hospitalar da cidade de Ribeirão Pires está longe de ser entregue e já fez cair por terra a promessa do prefeito Saulo Benevides (PMDB) de inaugurar até dezembro. Localizado ao lado da Secretaria de Saúde e Higiene e de uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), o equipamento, que teria capacidade para 123 leitos, só foi parcialmente construído, tendo apenas a estrutura das torres principais consolidadas, sem acabamento, utensílios hospitalares ou mesmo funcionários da empreiteira trabalhando.

Além de infraestrutura ainda precária, também é possível encontrar escadas de madeira abandonadas e placa escondida que sinaliza que ali estão sendo realizadas as obras do Complexo Hospitalar. Não há segurança, possibilitando a entrada de pessoas dentro da construção, que apenas tem sua entrada bloqueada por algumas tábuas de madeira já apodrecidas.

Iniciada em 2008 após liberação de R$ 14,4 milhões pelo governo estadual, mas paralisada em 2013 sob a alegação de dificuldades financeiras da Prefeitura, a obra permanece apenas esqueleto cercado por vegetação alta e córrego sujo, quase como estava em fevereiro, quando o governo Saulo anunciou a retomada e agilização da construção para o segundo semestre – prazo já foi descumprido.

Para dona de um prédio ao lado do local do empreendimento Elvira Molica, 67 anos, a preocupação é com possíveis complicações trazidas pela falta de cuidados com o mato que cresce ao redor. “A gente tem medo de ter onça aí. Você viu como é que está esse trem aqui? Puro mato. Está um cheiro nesse banheiro, está tudo entupido porque a água (do córrego) sobe tudo aqui, entra para cá e entope”, contou. Além do problema com a vegetação, Elvira também não vê agilidade nas obras do complexo. “Às vezes para, recomeça e torna a parar. Não está indo muito depressa, não.”

O mecânico Nelson Aparecido da Silva, 57, reforçou os problemas com o córrego. “De vez em quando, quando chove, transborda. A gente nota que o pessoal não cuida muito, né”, detalhou. Trabalhando no local há 35 anos, Silva acompanhou o andamento da obra desde o início e relatou que os funcionários voltaram a trabalhar há um mês. “Se fosse hospital municipal, maternidade, com operações, que não precisasse a pessoa ir para o (hospital) Mário Covas, em São Paulo, seria bem mais fácil. Eu acredito que tem porte para isso”.

No início de 2015, a Prefeitura de Ribeirão conseguiu compromisso do Ministério da Saúde para custear 70% do Complexo Hospitalar e pleiteava mais R$ 7,3 milhões do governo do Estado para concluir a obra, que está sendo erguida numa área de aproximadamente 15 mil metros quadrados.

Apesar do investimento já realizado, a Prefeitura alega, em nota, que depende do governo federal para continuar a construção. “Desta forma, se o governo demora para repassar a verba, a obra não pode ter encaminhamento. Não há previsão para conclusão.”




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