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Em discussão racial com Bial, Lázaro Ramos dispara: -Minha história de vida é uma exceção porque sou um ator privilegiado
14/06/2017 | 10:11
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Na noite da última terça-feira, dia 14, Lázaro Ramos esteve no programa Conversa Com Bial e promoveu um importante debate sobre a questão racial ao falar sobre seu livro Na Minha Pele.

O ator, que já foi alvo de ataques racistas assim como sua esposa, Taís Araújo, que veio a público falar sobre as ofensas que recebeu na internet, explicou que se considera uma exceção entre os negros brasileiros:

- Minha história de vida é uma exceção porque sou um ator privilegiado, meu trabalho é reconhecido e tenho carinho das pessoas. E isso não é uma realidade de todos os atores negros do meu país.

Pai de dois filhos, Lázaro falou sobre a falta que sua mãe, Célia Maria, faz em sua vida: - Sinto muita falta, quando tinha 17 anos ela se foi, doença rara. Ela é muito presente ainda, durante muito tempo eu fazia as coisas para dar um sorriso para ela. Quando ela morreu, minha vida passou um ano sem sentido, eu não sabia por que fazer as coisas. Hoje eu ainda faço, porque acho que ela está presente. Ela foi empregada doméstica, especial, com uma energia agregadora, com um humor que não sei de onde ela tirou, acho que ela me descreve muito. A frase do tumulo dela é: nunca esqueceremos sua alegria.

Bial disse ainda que o casal Lázaro e Taís é o novo Tarcísio e Glória da questão e movimento negrão. E que o casal tem um peso institucional, pois representam muita gente. O apresentador ainda questionou de que forma os dois encaram isso hoje em dia e qual o peso que carregam:

- Acho que talvez o peso fique na criação dos filhos, para tentar criá-los com nossas vivências. Os sofrimentos que tive não necessariamente meus filhos terão. Tento criá-los dando autoestima, falando dos desafios do mundo, mas tentando dar liberdade para eles viverem as experiências deles. João está com seis anos e Maria com dois. Isso é um pouquinho, porque o resto tem sempre um preço, mas isso acontece com pessoas públicas. Mas acho que os benefícios são muito maiores, é muito legal ter esse carinho das pessoas, ser uma representação de família e viabilizar nossos projetos. É muito bacana ver que as pessoas encontram na gente um abraço. E temos consciência de que não somos os únicos, isso é um movimento muito maior.

O ator ainda confessou um de seus maiores medos:

- Tenho muito medo de morrer. E sou muito controlador. Às vezes, a criança quer dar um passo e eu quero proteger antes mesmo de ela cair.




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