A projeção indica que a temperatura média na capital paulista aumentará de 0,8ºC a 1,1ºC durante a década de 2020. Na década de 2050, o aumento será de 1,5ºC a 2,3ºC. Na de 2080, crescerá de 2ºC a 3,9ºC. A chuva poderá até diminuir, mas a probabilidade de aumentar é muito maior: na década de 2020 o volume de chuvas em São Paulo poderá variar de menos 1% a mais 4%. Na década de 2050, a variação será de menos 1% a mais 9%. Nos anos 2080, de menos 2% a mais 13%.
No Rio de Janeiro, a temperatura e o nível do mar aumentarão - nos anos 2020, o nível do mar crescerá ao menos 7 cm e no máximo 14 cm; na década de 2050, o aumento será de 21 cm a 41 cm; nos anos 2080, de 37 cm a 82 cm. A temperatura na capital fluminense deverá aumentar de 0,8ºC a 1ºC nos anos 2020; de 1,4ºC a 2,1ºC na década de 2050; e de 1,8ºC a 3,4ºC nos anos 2080. Mais três cidades brasileiras (Curitiba, Cubatão-SP e Nova Friburgo-RJ) e várias em países vizinhos também tiveram projeções climáticas divulgadas. Os dados ainda serão revisados antes da apresentação oficial, no fim de novembro.
A sede do núcleo para a América Latina da UCCRN funcionará no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), na zona norte. Nos estudos, a UCCRN usa o conhecimento científico para prever mudanças climáticas e orientar ações de combate aos efeitos que elas provocarão, como problemas de abastecimento de água, inundações costeiras e formação de ilhas de calor.
"Fazemos as projeções (climáticas) a partir da previsão do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e colocamos as cidades no mapa. Em todas as cem cidades observadas, as temperaturas vão subir de 1ºC a 4ºC e a precipitação pode variar muito, com aumento de até 25% ou redução de até 20%, dependendo da cidade", disse a pesquisadora norte-americana Cynthia Rosenzweig, uma das diretoras globais da UCCRN, responsável pela antecipação dos dados. Ela chefia o Grupo de Impactos do Clima do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa (agência espacial dos EUA) e é pesquisadora do Earth Institute na Universidade de Columbia, além de integrar o conselho de mudanças climáticas de Nova York.
A partir das projeções, o núcleo pretende orientar o poder público sobre mudanças que poderão melhorar a vida das pessoas. "Queremos contribuir para a qualidade de vida nas cidades, estimulando ações de mitigação e de adaptação para enfrentar as mudanças climáticas", afirmou Martha Barata, pesquisadora do IOC e coordenadora do núcleo recém-criado. "Mesmo que as emissões de carbono sejam interrompidas, ainda vamos sofrer consequências do aquecimento global. Não podemos, por exemplo, continuar erguendo residências e fábricas em áreas que correm grande risco de sofrer com enchentes no futuro.
Incorporar a mudança do clima no planejamento das cidades contribui para a redução de perdas econômicas, sociais e ambientais nas cidades e, consequentemente, na saúde da população", disse a pesquisadora. Para reduzir o impacto do aumento das temperaturas, por exemplo, poderão ser recomendadas medidas como a criação de telhados brancos e a arborização de prédios.
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